As hashtags #OcupaBrasilia e #Golpe dominam o Twitter em Conquista

29 de abril de 2016 Fernanda Costa, Luan Soares

O jargão popular no Brasil de que “política não se discute” perdeu força há algum tempo. Discutir o tema passou a fazer parte do cotidiano dos brasileiros em diferentes espaços. No Twitter, rede social com mais de 29 milhões de usuários nativos, esta já é uma tendência recorrente.

Em Vitória da Conquista não é diferente. Entre os dias 13 e 18 de março, semana da divulgação pela Polícia Federal da conversa grampeada da presidente Dilma Rousseff com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Avoador constatou que os assuntos mais comentados estavam relacionados à política no microblog. As hashtags “#OcupaBrasilia” e “#Golpe” foram mais utilizadas, de acordo com o site Trendmaps.

Reprodução/Trendmaps

Reprodução: Trendmaps.

Os usuários que comentavam #OcupaBrasilia pediam o impeachment da presidente Dilma Rousseff, já a #Golpe era acompanhada de textos contra o processo. Isso evidencia uma polarização nas redes sociais, que acontece desde as eleições presidenciais de 2014, quando as redes sociais viraram um “campo de batalha” entre petistas e psdbistas.

A web é um lugar no qual a informação circula por todos os lados e a todo o momento. No dia em que os áudios com as conversas de Lula e Dilma vazaram, acompanhamos o Twitter por uma hora no seu horário de pico, das 21h às 22h. Às 21h, os termos mais “twittados” eram STF, ministro e nomeação. Já às 22h foram adicionados mais quatro termos, que foram golpe, #ocupabrasília, república e áudios. Assim que as conversas foram divulgadas, logo entraram nos assuntos mais comentados, uma confirmação de que as redes sociais servem como termômetro dos recentes acontecimentos no Brasil.

Usuários utilizando a#OcupaBrasília a favor do Impeachment da presidente Dilma. Reprodução: Twitter.

O Twitter permite que as informações se propaguem sem restrições de comunidade. E isso foi o que atraiu a estudante Carmina Borges a utilizar o microblog. Para ela, o dinamismo e a instantaneidade são as principais características dessa rede social. “Por mais que não seja excluído, o seu tweet some com o tempo, em meio a novos posts. O que você posta tem um efeito instantâneo, por isso se tweetar algo antigo muitas vezes não fará sentido naquele momento para algumas pessoas”, explica.

Com a popularização da internet, quem costumava não ter vez e voz consegue garantir um lugar para se expressar e mostrar que “está ali”, pois é um lugar de pluralidade de vozes. Com o Twitter não poderia ser diferente. Essa rede social é conhecida por ser um microblog que permite uma publicação de 140 caracteres. Os termos mais “twittados” vão para os trending topics, que são os assuntos mais comentados dessa rede social. O Brasil já é o segundo país em número de contas da plataforma, com 33,3 milhões, à frente do Brasil ficaram apenas os Estados Unidos, que representam 28,1% dos tuiteiros do mundo.

A diferença entre os usuários do Twitter e do Facebook, por exemplo, está basicamente relacionada ao perfil dessas redes. Para a jornalista e especialista em mídias sociais Juliana Silva, “o Twitter é uma rede de distribuição de conteúdo, já o Facebook é uma rede de relacionamento. Por isso no Twitter encontram-se os chamados ‘influenciadores’, que são os usuários que debatem os assuntos de forma mais profunda. O Facebook é uma rede mais popular, no qual a informação é vista de uma forma mais geral ou mesmo simplificada”.

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