Dois jornalistas baianos morrem por conta da covid-19 no último sábado (29)

Presidente do Sinjorba, pede com enfase a vacinação da categoria dos Profissionais de imprensa 31 de maio de 2021 Denilson Soares

Mais dois profissionais de imprensa da Bahia morreram vítimas da covid-19 neste sábado dia (29/05). Erlan Dantas era da Rádio Educadora 104,9 FM de Itamaraju, e Chico Silva da Rádio Recôncavo, de Santo Antonio de Jesus. Outros dois colegas do Extremo Sul, que trabalhavam com uma das vítimas, estão doentes.

Com essas duas mortes, já são 25 profissionais de imprensa (jornalistas e radialistas) que perderam a vida por causa da covid na Bahia, com registro de mais de 400 adoecimentos desde o ano passado. No Brasil, foram a óbito 220 jornalistas, 141 somente este ano, de acordo com dados da Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj). O setor de comunicação é hoje o terceiro maior em desligamentos por morte no país, com 124% de crescimento se comparados o primeiro trimestre de 2021 com o mesmo período de 2020, segundo dados levantados pelo Dieese junto ao Caged (Cadastro Geral de Emprego e Desemprego do Ministério da Economia).

No dia 18 de maio, compreendendo o grave quadro epidemiológico observado na categoria, a CIB (Comissão Intergestores Bipartite), comitê formado pelos secretários de saúde de 417 municípios, atendeu pleito feito pelo Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba) e aprovou a inclusão dos profissionais de imprensa com mais de 40 anos e que estejam na linha de frente entre as prioridades de vacinação contra a covid-19 na Bahia.

Mas, apesar dessa aprovação, muitas prefeituras do estado não começaram a vacinação da categoria, tudo por conta de uma recomendação do MPF (Ministério Público Federal), do dia (19/05) para que estas não cumprissem a definição do CIB. Desde então, quatro profissionais perderam a vida por causa da doença no estado e muitos outros se encontram doentes.

Recomendação equivocada

O presidente do Sinjorba, Moacy Neves, questiona a “recomendação” do MPF. “É incompreensível a postura do Ministério Público, pois apesar de alegar o respeito ao plano nacional de imunização, o órgão vai de encontro ao que preconiza o documento e o decreto federal 10.288, que tornou a imprensa serviço essencial durante a pandemia.”

Ele está se referindo ao Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação, que, em sua página 27, diz que dentre os objetivos da imunização, em um momento inicial, está a proteção da força de trabalho dos serviços essenciais. “Ora, se esse é um objetivo prioritário e a imprensa é serviço essencial, evidente que a recomendação do Ministério Público Federal está equivocada”, disse Neves.

Para o presidente do Sinjorba, a fim de evitar novas mortes de jornalistas e radialistas e respeitar o decreto e o plano, o Ministério Público deveria suspender sua recomendação e determinar ao Ministério da Saúde que corrija a relação dos grupos prioritários de vacinação, seguindo o decreto 10.288, que definiu os serviços essenciais na pandemia. “Enquanto as prefeituras não vacinam jornalistas e radialistas que estão na linha de frente da cobertura da pandemia, a categoria vive uma tragédia dentro da tragédia. Não queremos essencialidade para morrer”.

Imagem em destaque: Rádio Educadora 104,9 FM de Itamaraju

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