Jornalista Eliane Brum é uma das vencedoras dos Prêmios Maria Moors Cabot 2021 nos Estados Unidos

Pela primeira vez, desde o início do certame, em 1938, todos os prêmios serão dados para mulheres jornalistas 23 de julho de 2021 Da Redação

A jornalista independente brasileira, Eliane Brum, é uma das mulheres premiadas neste ano com os Prêmios Maria Moors Cabot, nos Estados Unidos. Pela primeira vez, desde o início do certame, em 1938, todos os prêmios serão dados para mulheres jornalistas.

Além de Brum, são vencedoras em 2021: Adela Navarro Bello, diretora geral da revista mexicana ZETA; Mary Beth Sheridan, correspondente no México e América Central do The Washington Post; e Adriana Zehbrauskas, fotojornalista brasileira radicada nos EUA.

As menções especiais vão para a repórter mexicana Regina Martínez Pérez, que foi morta em 2012, e o The Cartel Project, uma colaboração com uma equipe multinacional de repórteres que continuou as suas investigações.

Os prêmios Cabot, concedidos pela Columbia Journalism School dos Estados Unidos, “homenageiam jornalistas e organizações de notícias pela excelência de carreira e cobertura do Hemisfério Ocidental que promova o entendimento interamericano”. Os vencedores recebem medalhas de ouro e um honorário de US$ 5.000, a cerimônia é em 12 de outubro.

“Com o aumento das ameaças contra a imprensa nas Américas, incluindo ataques físicos e online contra repórteres mulheres, eu comemoro a seleção do Júri do Cabot de quatro jornalistas mulheres notáveis para receber os prêmios Cabot deste ano”, disse o presidente da Columbia Lee C. Bollinger, de acordo com um comunicado de imprensa da universidade. “Em nome de toda a Universidade, gostaria de dar os meus parabéns e agradecer aos homenageados pelo seu talento e coragem.”

A ganhadora do prêmio Eliane Brum, uma veterana de 30 anos no jornalismo, foi reconhecida por sua cobertura da Amazônia e outras questões sociais e ambientais no Brasil e considerada “uma das vozes mais respeitadas do jornalismo brasileiro” pelos prêmios.

“Eu ficaria muito honrada em receber este prêmio em qualquer momento. Mas é particularmente significativo neste momento em que a profissão de jornalista está sob ataque”, disse Brum. “Isso é ainda mais verdadeiro no Brasil, que tem seu pior presidente da história, um homem que ataca com frequência jornalistas, especialmente mulheres jornalistas, um homem que é o grande responsável pelo meio milhão de mortes de brasileiros por covid-19, um homem que acelerou a destruição da maior floresta tropical do planeta.”

“Para mim, como jornalista freelancer radicada no interior da Amazônia que escreve sobre povos da floresta e a ligação entre a crise climática e os direitos humanos e não-humanos, este prêmio é um reconhecimento muito importante ao meu trabalho e uma poderosa forma de chamar a atenção para o que está acontecendo no Brasil ”, continuou. “Neste momento sombrio, quando tantas pessoas em tantos países estão sofrendo as terríveis consequências da crise do clima, há poucas oportunidades de sentir alegria. Mas alegria é exatamente o que sinto depois de ser selecionada para este prêmio incrível. Minha alegria é ainda maior porque estou do lado de mulheres maravilhosas!”

 

Fonte: LatAm Journalism Review (LJR) 

 

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