O ovo da serpente autoritária ronda a educação em Conquista

Em meio à discussão sobre o retorno ao ensino presencial, o que aparece de forma explícita é que os filhos são vistos como pedras no caminho por parte de uma boa parcela de pais e mães 29 de julho de 2021 Omar Costa Ribeiro*

A serpente pariu os seus ovos. Nasceram de dentro da serpente, aqueles filhotes que “zapiando” pelo mundo virtual destilaram suas primeiras doses de veneno. Os filhotes nasceram do centro do ambiente educacional que sempre se negou a participação cidadã. Ambiente que tem sempre se negado a pensar no outro apesar de um discurso de amor. Só o discurso.

Foi “zapiando” que os filhotes adultos surgiram à imagem e semelhança dos geradores de hábito. Neste momento, os genitores do ovo da serpente recebem o seu próprio veneno para produzir sua imunização de rebanho. Sim! Rebanho de reacionários, retrógrados, hipócritas que sempre se vestiram de homens de bem.

É “zapiando” que percebe-se que alguns já perderam o brilho dos olhos que refletiam o gostar de ser professor. Lembrei de um documentário sobre a colégio Vocacional Oswaldo Aranha, nesse documentário um dos professores libertários deixou a profissão e foi criar galinhas. Jovens, recomendo o documentário, encontra-se na internet.

É “zapiando” que podemos fazer a lista daqueles que poderão ser cobrados quando uma dessas crianças ou adolescentes morrerem ou passarem a ter alguma doença crônica após o retorno ao espaço físico. Afinal, as cepas atuais levam a morte crianças e jovens.

No fundo, no fundo, a escola não parou um só minuto desde 16 de março de 2020. As aulas continuam. E é insustentável o discurso de quem defende a não adaptação, pois o mundo já é digital. A revolta dos filhotes adultos zapiadores é porque eles nunca olharam para a escola como espaço educacional, social, político e profissional.

Esses filhotes adultos que nasceram do ovo da serpente querem mesmo é a abertura do depósito de crianças e jovens que eles não dão voz nem vez e estão sem suportar ficar tão perto. Esses zapiadores querem os depósitos abertos para colocar os pacotes e recebê-los embrulhados para o natal com a finalidade de realizar a viagem de verão com a família tradicional brasileira. Filhos são vistos como pedras no caminho, por parte de uma boa parcela dos “zapiadores”.

Nunca foi tão necessário resistir. Me lembrou de mais um filme, dessa vez Bacurau, que transforma a escola numa trincheira para defender os bons dos zapiadores assassinos.

 

*É cidadão conquistense e diretor pedagógico de curso preparatório para ENEM e Vestibulares de Vitória da Conquista.

Foto: Prefeitura de Vitória da Conquista

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