Coletivo de teatro conquistense sofre ataques LGBTfóbicos durante evento online

Por meio de perfis fake, um grupo de pessoas atacou o coletivo com comentários como "gay tem que morrer" 26 de fevereiro de 2021 Denilson Soares

Nesta quinta-feira (25/02), integrantes do Coletivo Poc, grupo teatral conquistense formado por pessoas LGBT+ nordestinas, foi alvo de discurso de ódio e ataques coordenados durante evento online. Comentários como “gay tem que morrer” e “bolsomito” surgiram enquanto acontecia o “Poc Papo”, encontro transmitido por meio de uma plataforma do Google.

“Um grupo de reação entrou na nossa sala de reunião através de perfis fakes. Eles esperaram o encontro começar para iniciar os seus ataques com vídeos pornográficos e discursos preconceituosos do presidente Jair Bolsonaro”, explicou a equipe do Coletivo em nota publicada nas redes sociais.

Felipe Bonfim, um dos organizadores do evento e pessoa responsável por mediar o encontro virtual, disse que o Coletivo não esperava por um ataque tão organizado. “Foi um grupo ‘reaça’ conservador que queria atrapalhar um evento de cunho LGBTQIAP+. Ficou tudo gravado, mas não tive coragem de rever. Ainda estou digerindo o que de fato aconteceu”, disse.

Segundo Bonfim, a situação durou cerca de dez minutos. “Nós ainda estávamos achando que essa era só uma pequena parcela do público. Mas aí percebemos que eles haviam se alastrado no rolê inteiro”, explicou.

Apesar do medo que sentiram, o grupo de teatro continuou o evento após a troca de sala e de link. Mas todos e todas ainda estão assustados e receosos em prosseguir com a programação, que continua até o sábado (27/02).

Em entrevista ao Avoador, Felipe contou que até os encontros agendados para o mês de março já tiveram os formatos modificados para garantir a segurança dos palestrantes e convidados.

O Coletivo ainda não sabe quem foi o responsável por iniciar os ataques LGBTfóbicos, mas pretendem se informar sobre os procedimentos legais e realizar uma denúncia formal.

Em suas redes sociais, o Coletivo pediu o apoio dos seguidores, amigos e pessoas que conheçem o trabalho do Poc de perto. “Neste momento se faz necessário uma rede de afeto e acolhimento com os membros para que possamos continuar nessa jornada firmes contra a LGBTfobia”.

A equipe do Avoador se solidariza com todos os integrantes do Coletivo Poc e reafirma seu compromisso de denunciar crimes de ódio como a LGBTfobia.

Fonte/Imagem em destaque: @coletivo.poc

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