Novas linhagens do coronavírus são descobertas no Amazonas

Manaus, capital do estado, é um dos locais onde foram identificadas novas linhagens 18 de novembro de 2020 Felipe Ribeiro

Pesquisadores do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) descobriram oito novas linhagens do coronavírus no Amazonas. Com a descoberta, o Brasil agora possui 30 linhagens já identificadas.

Outra descoberta feita pelos pesquisadores foi a de quatro novas linhagens que ainda não haviam sido sequenciadas no país. São elas a B.1.107; B.1.111; B.1.1.2; e B.1.35. Essas últimas citadas circularam em lugares como Colômbia, Dinamarca, País de Gales e Reino Unido.

As amostras sequenciadas no estudo  foram identificadas em 18 municípios do Amazonas. Esses são Anori, Autazes, Careiro, Iranduba, Itacoatiara, Jutaí, Lábrea, Manacapuru, Manaquiri, Manaus, Manicoré, Maués, Nova Olinda do Norte, Parintins, Presidente Figueiredo, Santa Isabel do Rio Negro, Santo Antônio do Içá, e Tabatinga.

A pesquisa foi aplicada a partir de uma estratégia que possui mais de cinco anos e é utilizada para observar os vírus que surgem, ressurgem e até mesmo os negligenciados. O trabalho  foi uma parceria entre a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS/AM), por meio do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-AM), e o Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia)

O vice-diretor Pesquisa e Inovação do ILMD/Fiocruz Amazônia e líder do estudo, Felipe Naveca, disse que afirma que, mesmo havendo pouca movimentação de seres humanos, o vírus esteve bastante presente. “Quanto mais nós investigamos, maior variabilidade temos encontrado, o que nos mostra que foram diversas as entradas do vírus no estado, mesmo em um período onde, teoricamente, havia menor circulação de pessoas.”

A importância do estudo reflete na questão dos protocolos utilizados para diagnosticar tais vírus do Sars-CoV-2. Os dados do sequenciamento podem ajudar também a verificar se há a necessidade de ajustes nos protocolos de diagnóstico. “Os protocolos em uso hoje foram desenvolvidos em outros países, como China, EUA e Alemanha, levando em consideração o que se sabia da variabilidade viral naquele momento”, acrescentou o pesquisador. 

Já o diretor-técnico FVS-AM, Cristiano Fernandes destacou que o maior desafio é ampliar as amostras dos municípios do interior a Amazonas para tentar identificar maior variabilidade viral, para entender o contexto e a complexidade da doença. Até o momento, foram quase 4.600 óbitos no estado. “Algumas perguntas ainda precisam ser respondidas e esse estudo pode esclarecer muito do ponto de vista da vigilância, esse aspecto relacionado à patologia da doença, baseado em estudos genômicos e de variabilidade viral.”

Fonte: FioCruz

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