Ex-policial Derek Chauvin é condenado pela morte de George Floyd

A condenação veio 11 meses depois da morte causada por asfixia enquanto Floyd falava “Eu não consigo respirar” 21 de abril de 2021 Denilson Soares

O ex-policial Derek Chauvin, acusado pelo assassinato de George Floyd por sufocamento em Minnesota nos Estados Unidos, foi condenado por unanimidade pelo Júri popular, nesta terça-feira (20).

O julgamento começou no dia 29 de março e acabou hoje. Durante duas semanas, 40 testemunhas foram ouvidas, entre peritos médicos, policiais da ativa e aposentados e o funcionário da loja que recebeu o dinheiro falso de Floyd. Chauvin não testemunhou, alegando o direito contra a autoincriminação.

O ex-policial foi condenado por assassinato não intencional em segundo grau, assassinato em terceiro grau e homicídio culposo (quando não há intenção de matar). A promotoria decidiu revogar a fiança para o crime de homicídio culposo. Chauvin saiu do tribunal algemado.

Apesar da condenação unânime, a sentença de Derek Chauvin deve ser anunciada em oito semanas. Segundo o juiz Peter Cahill, responsável por ler o veredicto no julgamento, os argumentos do ex-policial serão analisados “dentro de uma semana”, mas há outras etapas técnicas como a solicitação de um relatório de investigação pré-sentença.

Adicionando todas as condenações, Chauvin pode ficar preso por até 75 anos. Segundo informações da CNN dos EUA, só a condenação por homicídio não intencional em segundo grau tem pena máxima de até 40 anos.

No julgamento, o vídeo chocante de Floyd agonizando sob o joelho do ex-policial foi o foco da abertura da argumentação. A promotoria buscou mostrar que Chauvin não tinha justificativa para sua ação de nove minutos que acabou matando Floyd asfixiado, detido por uma violação. Já a defesa de Chauvin disse que podia provar que Floyd estava drogado, o que teria forçado os policiais a serem mais duros, e que a verdadeira causa de sua morte se deve mais às drogas e a seus problemas de saúde do que à asfixia.

A sentença veio 11 meses após o assassinato de George Floyd, que morreu no dia 25 de maio de 2020, quando policiais o abordaram após acusações de que ele teria pago uma compra com uma nota falsa de US$ 20,00. Apesar de não estar sozinho, Chauvin foi o único policial a ser indiciado pela morte de George Floyd. Depois da repercussão do caso pelo mundo, ele foi expulso da polícia de Minnessota.

A morte de Floyd gerou comoção internacional e desencadeou os protestos Black Lives Matter (Vidas Negras Importam) contra o racismo e a truculência policial nos Estados Unidos e pelo mundo. O lema desses protestos foi a frase que George Floyd falou 27 vezes antes de morrer, quando o ex-policial pressionava pressionava o seu pescoço enquanto estava algemado: “Eu não consigo respirar”.

Após o sentença, a família de George Floyd divulgou um comunicado. “O veredito de hoje vai muito além desta cidade e tem implicações significativas para o país e até mesmo para o mundo. Este caso é um ponto de virada na história americana e envia uma mensagem clara que esperamos que seja ouvida com clareza em todas as cidades e todos os estados.”

“Agradecemos ao procurador-geral de Minnesota, Keith Ellison e sua equipe por sua intensa dedicação à justiça por George. Mas não termina aqui. Não esquecemos que os outros três oficiais que desempenharam seus próprios papéis na morte de George Floyd ainda devem ser responsabilizados por suas ações, também”, explicou a família.

A última parte do comunicado refere-se aos policiais Thomas Lane, J. Alexander Kueng e Tou Thao, que viram Chauvin ficar com o joelho no pescoço de Floyd e não agiram para evitar a morte da vítima.

Com informações do Uol e Jornal Nacional (Rede Globo)

Imagem em destaque: Reprodução/Twitter

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