Oito anos de Paulo Roberto: gestão de avanços quantitativos, mas de qualidade questionável

Foram abertos novos cursos de pós-graduação e houve investimento para ampliar a estrutura física da instituição 14 de abril de 2018 Caren Gabriele, Giulia Santana, Karina Costa, Leilane Sversuti, Victória Lôbo, Wellington Araújo e Yarle Ramalho

O reitor da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), Paulo Roberto Pinto, entregará o cargo depois do dia 26 de abril, quando o governador do estado nomeará o próximo responsável administrativo pela instituição, o professor Luiz Otávio, eleito dia 11 de abril. Em oito anos, houve um aumento no número de cursos de mestrado e doutorado e de bolsas estudantis, novos prédios foram construídos, como a sede da reitoria, e as ações de extensão à comunidade regional foram ampliadas. “Tenho muito orgulho desses oito anos de gestão. A Uesb tornou-se uma fonte de produção de conhecimento”, Paulo Roberto.

Mas o salto quantitativo não significou avanços qualitativos também. De acordo com José Carlos Simplício, diretor do Departamento de Filosofia e Ciências Humanas (DFCH), a gestão de Paulo Roberto foi paradoxal. “Houve um crescimento muito grande na quantidade de cursos, de bolsas, de assistências, mas, juntamente com essa quantidade, a gente perdeu a qualidade. Hoje, na Uesb, apesar de ter crescido, ainda falta espaços físicos para receber as várias atividades que ela faz. Hoje, os direitos dos docentes e funcionários têm sido, de certa forma, colocados em segundo plano.”

Já o professor do Departamento de Ciências Sociais Aplicadas (DCSA), Marcos Tavares, relembra os anos sem financiamento interno via editais para a pesquisa e a extensão.  Por outro lado, ele destaca a seriedade do professor Paulo Roberto: “na condição de reitor, tratou com seriedade o compromisso que assumiu ao ser eleito. Contudo, as decisões técnicas não estão descoladas de uma visão de mundo e de escolhas políticas”.  Daí o porquê, explica a docente do Departamento de História, Iracema Lima, um reitor não pode perder de vista o seu compromisso com a comunidade que o elegeu, colocando-se em defesa de uma universidade pública, gratuita e socialmente referenciada. “Neste sentido, avalio que esta gestão, do professor Paulo Roberto, cunhou na história da Uesb um retrocesso dos espaços democráticos e asseverou uma crise institucional que poderia, a partir de uma participação colegiada, ter sido evitada”.

O professor do curso de Ciências Sociais, Itamar Aguiar, há 35 anos na Uesb, também apontou inúmeras críticas à gestão atual. Segundo ele, os atuais gestores “tiraram direito dos professores, dificultaram os processos de incentivo à iniciação cientifica, de liberação para participar de eventos, de saída para participar de cursos de pós-graduação. Ainda dificultaram a promoção na carreira”.

Além das questões qualitativas e quantitativas, a gestão de Paulo Roberto, na reta final, ficará marcada por uma atitude que surpreendeu a comunidade uesbiana. Trata-se do veto à decisão da reunião do Consu do dia 21 de fevereiro que tratava da questão relacionada ao Reda (Regime Especial de Direito Administrativo), um polêmico edital de contratação de servidores temporários para atuar em determinados setores da Uesb.

Pós-graduação e ações extensionistas

Atualmente são 27 cursos de pós-graduação. Segundo Alexilda de Oliveira Souza, pró-reitora de Pesquisa e Pós-graduação (PPG), esses cursos não existiriam se não houvessem boas pesquisas sendo desenvolvidas na universidade. São 21 mestrados e seis doutorados avaliados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), dois deles, os Programas de Memória e Zootecnia, estão com nível cinco. Essa escala, divulgada pelo MEC (Ministério da Educação), vai até a pontuação sete, o que corresponde ao nível de excelência nacional.

Ícaro Soares da Silva começou recentemente o curso de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Letras: Cultura, Educação e Linguagem. “Até o momento, o que foi passado para nós, em relação ao equipamento, materiais para pesquisa, está tudo de acordo com o que foi proposto na seleção”. Tanto do ponto de vista tecnológico quanto do ponto de vista de recursos humanos, os alunos de mestrado confirmam que se sentem bem amparados.

A Uesb ainda conta com 125 grupos de pesquisa cadastrados no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e 870 projetos em andamento. Esses dados são dos três campi da universidade. Esses projetos, em geral, são apresentados por professores, mas técnicos também podem fazer propostas.

Os estudantes participam desses projetos de pesquisa por meio de programas de iniciação científica, como o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) e o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Tecnológica (PIBIT). Essas bolsas são financiadas pelo CNPq, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB) e pela própria Uesb. Mas, mesmo sem as bolsas, é possível ingressar na iniciação científica por meio de um edital específico para os voluntários.

 

Gabrielle dos Anjos, estudante de Agronomia, participa da sua segunda iniciação científica. “Eu termino essa segunda iniciação no dia 31 de julho e só consegui dessa vez por causa do meu currículo, que foi fortalecido por já ter tido uma iniciação científica antes”, conta a pesquisadora. Apesar das vantagens do trabalho com pesquisa na Uesb, a estudante diz que os R$ 400,00, que recebe de bolsa pela Fapesb, não é suficiente para manter seus gastos na universidade. Gabrielle explica que “existem, por exemplo, viagens de laboratório, que demandam mais custos. E é necessário que a gente fique mais tempo na faculdade, o que gasta mais com alimentação. Por isso, acho que o valor total não supre as despesas do estudante”.

A pró-reitora da PPG desde 2010, Alexilda Souza, afirma que a pesquisa na Uesb  tem conseguido recursos externos para financiar laboratórios. “Nós conseguimos recursos de grandes órgãos, como o FINEP (Financiadora de Pesquisa do País), e com isso, a gente tem equipamentos de ponta instalados na nossa instituição. Eu avalio isso de forma muito positiva”. Já a bolsista Gabrielle conta que, muitas vezes, a qualidade dos instrumentos de pesquisa depende do prestígio social que um  curso tem e da  influência das pessoas envolvidas. “A universidade tem os equipamentos, porém, são direcionados de forma desigual a depender da área a qual pertence”, comenta a estudante.

Além da pesquisa e do ensino, o outro tripé da universidade é a extensão.  Para a professora Iracema Lima, do curso de História, houve um decréscimo dos editais de financiamento da própria instituição. “Os editais para o desenvolvimento das atividades de extensão e pesquisa foram minguando, chegando inclusive a ausência de publicação destes neste período”.

O último edital da PPG foi de 2013, quando foi publicado um edital para financiamento de projetos de até 12 mil reais. Desde então, nenhum outro foi realizado. Quanto aos projetos de extensão, cujos editais saem pela Pró-Reitoria de Extensão (Proex), só em 2017, foram dois editais (maio e agosto), e em fevereiro de 2018 foi aberto outro, para projetos esporádicos e contínuos.

Entre 2010 e março de 2017, a Proex  realizou 1,4 mil ações. Entre elas estão: cursos, eventos, programas e projetos – nas áreas de Comunicação, Cultura, Direitos Humanos e Justiça, Educação, Meio Ambiente, Saúde, Tecnologia e Produção, e Trabalho. À frente da atual gestão da pró-reitoria está a professora Maria Madalena Souza, há quatro anos no cargo. De acordo com a pró-reitora, “a universidade avançou bastante nesse período da gestão do reitor Paulo Roberto. Precisamos avançar mais ainda, no processo de crescimento, de amadurecimento. Mas eu faço uma avaliação positiva”, diz. A Edições Uesb e o Sistema Único de Rádio e Televisão Universitária (SURTE) também são geridos pela Proex e também passaram por problemas orçamentários, como você verá mais à frente.

Novos prédios

Paulo Roberto também tem destacado como avanço da sua gestão os investimentos em infraestrutura. De acordo com a prefeita do campus de Conquista, Darlane Amorim Vieira, o atual reitor enfrentou dificuldades no início de seu mandato em 2010, e que até 2017 houve um declínio muito grande de recursos. “Quando o professor Paulo assumiu, já tinham obras iniciadas no campus de Conquista, uma das dificuldades que ele enfrentou foi à continuidade dessas obras por conta da interrupção das empresas”, disse a prefeita.

Além de redução dos recursos, o assessor de obras no campus, Alberto Lúcio Brandão, diz que a gestão de Paulo Roberto teve problemas “com o domínio (apropriação) do terreno da Uesb de Conquista, que se arrastou por quatro anos, e foi um grande impeditivo de se realizar algumas obras no campus durante o mandato do reitor”.  Para ele, a expectativa é de que a nova administração da universidade tenha menos empecilhos para conseguir realizar obras. Já para o professor do Departamento de Ciências Sociais Aplicadas (DCSA), Marcos Tavares, “decisões, como a construção do novo prédio para administração central, construído recentemente, se deu sem debater com a comunidade universitária sobre quais as prioridades para nossa instituição.”

Novo módulo administrativo do Campus de Vitória da Conquista. Foto: Avoador.

Biblioteca e acervo

A cada quatro anos, a gestão precisa apresentar um Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e um Plano Pedagógico Institucional (PPI). Neles constam o que a universidade precisa fazer ou continuar fazendo e é também uma forma de fazer uma discussão participativa com a comunidade universitária.  No PDI 2013-2017, um dos pontos mais reforçados foram as bibliotecas e seus acervos.

A atualização do acervo da biblioteca central da Uesb sofreu o impacto dos cortes orçamentários dos últimos anos. Hoje, a chegada de novos livros está especialmente concentrada em doações da sociedade e de outras instituições, afirma a administradora da Biblioteca Central, Cristina Nery. Ela acrescenta que, quando existe verba disponível para a biblioteca, livros novos são solicitados, o que acontece com raridade.

Mas o maior problema da biblioteca é o de recursos humanos. “Antes a gente tinha um número bom e suficiente de funcionários para atender as demandas. Muitos dos nossos funcionários efetivos se aposentaram e eles só podem ser substituídos por concursados”. Só que os concursos não têm acontecido, o que leva à defasagem no quadro de funcionários, dificultando o atendimento ao público na biblioteca central. Por enquanto, essa defasagem está sendo suprida com estagiários. Na biblioteca também há problemas pelas demissões dos prestadores de serviço, que foram substituídos por um número menor de funcionários em Regime Especial de Direito Administrativo (REDA). Segundo Nery, essas dificuldades são ainda maiores nos campi de Jequié e Itapetinga.

O aluno do curso de Ciências Contábeis, Marcelo Gustavo, conta que “o acervo específico do curso está desatualizado, não só pelas mudanças constantes na legislação contábil, mas também por já ter um tempo que a administração da Uesb adquiriu livros específicos da área”. O aluno conta ainda que achou uma boa iniciativa a biblioteca ter também um acervo digital para consulta, mas, mesmo assim, ele não contém os livros previstos na bibliografia do curso.

Formação e permanência dos discentes

Além de pesquisa e extensão, outra forma de ampliar o conhecimento e a formação universitária na Uesb é o intercâmbio. A Assessoria de Intercâmbio, setor que existe desde 2014, promove a interação da universidade com instituições estrangeiras para promover a mobilidade acadêmica dos estudantes de graduação.

Atualmente, a instituição tem convênio com três universidades no exterior, sendo duas em Portugal e uma na Espanha. Em 2017, seis estudantes tiveram a oportunidade de realizar intercâmbio nesses dois países. Essa parceria com as instituições estrangeiras dura em média cinco anos e acontece por meio de negociação entre suas assessorias. Para o coordenador do setor, Glauber Silva, “o objetivo do intercâmbio é que o estudante volte e traga a experiência dele para agregar na pesquisa, extensão e até nas próprias aulas.”

A partir de um processo seletivo, instaurado por meio de edital, a Assessoria de Intercâmbio cria um cadastro de reserva para convocação dos estudantes contemplados à medida que as vagas forem abertas. Na última seleção divulgada pelo setor em dezembro de 2017, 25 estudantes se inscreveram por meio de formulário online. Qualquer aluno pode concorrer a uma bolsa de intercâmbio, desde que tenha completado entre 30% e 80% do currículo de seu curso.

 

 

Caian Campos de Oliveira, estudante de Agronomia, estava no terceiro semestre quando fez intercâmbio pela Uesb. Na época, a universidade ainda fazia parte do programa Ciências sem Fronteiras e, por meio disso, ele estudou por dois anos na La TrobeUniversity (LTU) em Melbourne, na Austrália. Ele conta que o processo desde a pré-seleção de que participou até o momento de sua ida foi longo. “Tive que fornecer diversos documentos traduzidos, como o histórico escolar. Também tive que ir a Salvador fazer um teste de proficiência de inglês chamado TOEFL ITP para comprovar um domínio mínimo do idioma.”

Além dos convênios, a Uesb também é filiada à União das Universidades da América Latina e Caribe (Udual), o que possibilita interação com mais de 70 outras instituições. Nesse tipo de colaboração, há um rodízio de universidades disponíveis para receber os estudantes e é preciso que ambas as instituições recebam a mesma quantidade de intercambistas sob as mesmas condições. Por meio desse programa, a Uesb recebeu em 2016 dois argentinos que receberam bolsa parcial e também tiveram a possibilidade de morar na Residência Universitária do campus de Conquista.

As bolsas são divididas em duas categorias, sendo a primeira delas o financiamento integral, em que o estudante recebe o auxílio da instituição para custear sua viagem. Já com o financiamento parcial, a universidade cuida apenas dos custos referentes a taxa semestral ou mensal de matrícula do aluno. Esse último é o modelo que tem sido adotado pela Uesb, principalmente, por conta da falta de um orçamento fixo para o setor.  Até hoje, não há uma resolução para intercâmbio aprovada pelo Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe).

Além da questão das bolsas, a falta dessa resolução também implica na não formalização do setor e em alguns problemas, como, por exemplo, a interpretação do conceito de mobilidade acadêmica, já que existem vários tipos de intercâmbio (de serviço, trabalho, linguístico, cultural, entre outros). Segundo o coordenador Glauber Silva, por enquanto, o máximo que podem fazer é “esse trâmite burocrático de encaminhar o estudante para a universidade por meio do convênio, e fazer o contato com a secretaria geral de cursos para deixar a matrícula dele em mobilidade. Ou seja, manter sua matrícula já que não trancou e nem abandonou o curso, só não está aqui por um tempo determinado”.

No que diz respeito à permanência na universidade, a Gerência de Assistência e Assuntos Estudantis (GAAE)  é o setor da Uesb responsável pelo contato direto com os discentes,  mediando a oferta de  diferentes formas de auxílio. Entre os auxílios oferecidos, destacam-se bolsas de auxilio permanência, moradia e transporte, além do restaurante universitário. A Uesb conta ainda com a residência universitária no campus de Conquista, que oferece 18 vagas, sendo duas para alunos portadores de deficiência e 16 divididas entre discentes do campus e intercambistas.

A atual gerente de assistência estudantil da instituição, Maísa Melo, no cargo desde setembro de 2014, conta que as ações do Programa de Assitência Estudantil (Prae) da Uesb acontecem principalmente por meio de verbas externas. “Por mais que a universidade, desde 2015, venha sofrendo questões de cortes orçamentários, a gente vem conseguindo trabalhar aqui no setor, no caso com o Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAEST), que vem nos dando um alívio por conta dos apoios que podemos conceder via recursos externos” explica a gerente. A verba institucional, especificamente, não é suficiente para cobrir o pagamento de todos os auxílios oferecidos.

Porém, sem auxílios alguns estudantes ficam impossibilitados de permanecer na universidade. Por conta disso, o estudante do curso de Pedagogia, Pedro Pereira, desabafa: “quando você não tem um programa, quando você não tem recurso próprio da universidade investido nas ações de assistência e permanência, isso mostra que essa não é uma questão importante para essa gestão.

Editora e Surte

A universidade também leva o seu conhecimento até a comunidade. A Edições Uesb, com a publicação de livros, e o Sistema de Rádio e TV, com a produção de informação e entretenimento, são dois exemplos  desse serviço público que ultrapassa os muros acadêmicos. Na gestão de Paulo Roberto, essas duas extensões do conhecimento produzido pela Universidade também passaram por dilemas.

Para a diretora da Edições Uesb, Manuella Cajaíba, os cortes orçamentários na editora impactam diretamente na publicação de livros, o que reprimiu a demanda. O declínio no orçamento ocorreu no período entre 2014 a 2016.  Mas, em 2017, houve um edital e, em 2018, outro edital será lançado, sem precisão de data ainda, para que haja captação de recursos e publicação de livros pela editora.

De acordo com Manuela, para a Edições Uesb, a gestão de Paulo Roberto foi positiva porque houve um fácil acesso. “É muito importante para a gente que está à frente de um setor, em momentos em que há demandas a serem resolvidas, e se precisa do posicionamento de um gestor máximo, ele te receba com facilidade”. Sobre a próxima gestão, ela espera que venha com uma proposta de “continuidade do que é bom e interrupção do que deve ser melhorado, ou que não foi bom na prática, e não a anulação de todo um trabalho que vem sendo construído”.

Já o Sistema Único de Rádio e Televisão Universitária (SURTE), que inclui a Rádio e TV Uesb, sofreu o impacto da perda de recursos humanos causada pelos cortes orçamentários. Para o diretor do sistema, Alvino Brito, este é um dos principais motivos pelo qual alguns programas (Esporte UESB, Mundo Universitário, Multivídeos, Uesb Rural e Prosa Cultural) terem sido retirados da grade de programação regular da TV e Rádio Uesb. “Não dá para colocar no ar o mesmo número de minutos, que nós tínhamos com 41 colaboradores”, Brito explica. O número de colaboradores era esse há quatro anos e foi diminuindo conforme as demissões de prestadores de serviço eram solicitadas. “Com o processo REDA, o nosso número de colaboradores ficará em 19, ou seja, menos da metade do que tínhamos com a grade completa de programas”.

Quanto ao aparato tecnológico, a TV Uesb possui, desde 2013, todo o material para a instalação do sinal digital na cidade, mas depende de obras que estão sendo feitas aos poucos, por causa da falta de orçamento e materiais, para conseguir instalá-lo plenamente na região. Em 2013, foi o foi o último ano em que o Surte adquiriu equipamentos, à exceção do material recebido em uma parceria com o projeto HealthRise no ano passado.

Já na rádio, os problemas são menores, apesar do sistema também sofrer com a perda de pessoal. De acordo com Alvino, quando em funcionamento regular, todos os programas da UESB FM estão no ar e o equipamento está atualizado, mesmo tendo sido adquiridos em 2013.

Para o professor do curso de Jornalismo, Francis José Pereira, “independente de quem for o gestor da instituição, o Sistema somente alcançará os seus objetivos no momento em que houver uma definição mais clara de como o Governo do Estado deverá destinar os recursos necessários para que o mesmo tenha um funcionamento adequado e assim cumprir os seus objetivos.

Mesmo com os problemas orçamentários e falta de concursos, a gestão do professor Paulo Roberto Pinto teve avanços quantitativos, e deixa um desafio para o próximo reitor ao assumir a universidade: elevar a aceitação da reitoria e desenvolver qualitativamente os três pilares da Uesb: ensino, pesquisa e extensão. Entre as ações que merecem uma atenção, estão o acesso à assistência estudantil, para garantir a permanência dos estudantes menos favorecidos economicamente; aumentar ainda mais os projetos de extensão, levando  o conhecimento, a informação e o lazer para quem está fora do circuito universitário; dar melhores condições de trabalho aos professores  com melhor infraestrutura física e apoio para pesquisar e participar de eventos; criar mecanismos de transparência e definição em conjunto das prioridades da instituição. Enfim, um ciclo administrativo está fechando enquanto outro está por vir.

 

*O nome do aluno foi alterado, já que ele preferiu não ser identificado.

 

ERRAMOS

No subtítulo e no lide da matéria, havíamos informado que novos cursos de graduação, no caso, Psicologia e Ciências Sociais, foram criados na gestão do professor Paulo Roberto. Entretanto, em contato conosco no dia 16 de abril, a assessoria de comunicação da universidade nos informou que as referidas graduações foram criadas na gestão anterior à de Paulo Roberto Pinto, a do professor Abel Rebouças. Dessa forma, ao verificar a procedência da reclamação com a pró-reitoria de graduação (Prograd), o Avoador aprovou a exclusão imediata da informação. Então, onde se lia “Foram abertos novos cursos de pós-graduação, surgiram mais graduações e houve investimento para ampliar a estrutura física da instituição” foi mudado para “Foram abertos novos cursos de pós-graduação e houve investimento para ampliar a estrutura física da instituição”. Da mesma forma, onde estava escrito “(…) houve um aumento no número de cursos de mestrado e doutorado, de graduação e de bolsas estudantis”, foi feita alteração para “(…) houve um aumento no número de cursos de mestrado e doutorado e de bolsas estudantis, novos prédios foram construídos”.

 

Foto destacada: Arquivo/Site Avoador.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *