Mais de 30% dos pacientes recuperados da covid-19 apresentam problemas neurológicos

Foram analisadas 236.379 pessoas que contraíram a doença em um período de até seis meses  8 de abril de 2021 Colaboração: Mariana Lacerda

Ansiedade, distúrbios de humor, acidente vascular cerebral e demência. Esses são os efeitos mais comuns de um em cada três pacientes que sobrevivem à covid-19, segundo estudo publicado na revista The Lancet Psychiatry, na última terça (06/04). 

Foram analisadas 236.379 pessoas que contraíram a doença em um período de até seis meses.  Desse total, 34% dos pacientes foram diagnosticados com doenças neurológicas ou psiquiátricas. A pesquisa comparou a incidência dessas desordens entre pessoas que se recuperaram da covid-19 e pacientes que se curaram de gripe ou outras infecções respiratórias no mesmo período. 

Os resultados indicam que a presença de doenças cerebrais e distúrbios psiquiátricos foi significativamente maior após a covid-19. Entre as sequelas mais comuns, estão a ansiedade, presente em 17% dos recuperados, e os distúrbios de humor, identificada em 14% das pessoas, não pareceram ter relação com a gravidade da infecção. Já no caso dos pacientes que necessitaram da terapia intensiva no tratamento da doença, 7% tiveram acidente vascular cerebral e quase 2% apresentaram demência.

Os responsáveis pelo estudo, pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e da TriNetX, centro global de pesquisas em saúde dos Estados Unidos, não conseguiram apontar quais mecanismos biológicos ou psicológicos podem estar envolvidos no surgimento dessas doenças. Eles ponderaram também que, embora os riscos individuais possam ser pequenos, o efeito em toda a população pode ser relevante. 

Não foi a primeira vez que a hipótese chamou a atenção dos pesquisadores. Análise semelhante foi publicada também pela The Lancet Psychiatry em novembro de 2020. Nela, quase 20% dos 62.354 pacientes com covid-19 que participaram da pesquisa foram diagnosticados com transtornos mentais, em até três meses após a infecção.

Fonte: The Lancet Psychiatry / Sputniknews
Imagem: Agência Brasil

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