1º Cine Coreto Itinerante de Poções vai até junho

O projeto vai exibir filmes gratuitos para dois assentamentos do Movimento Sem Terra (MST) e uma comunidade quilombola 28 de maio de 2024 Rafaella Leite

Começou em 25 de maio e vai até 15 de junho a primeira edição do Cine Coreto Itinerante, em Poções. A atividade se propõe a exibir filmes gratuitos para uma comunidade quilombola e dois assentamentos do Movimento Sem Terra (MST).

O projeto é organizado e realizado pelo site jornalístico Coreto, financiado pela Lei Paulo Gustavo, e busca promover a reflexão e o entretenimento por meio de exibições audiovisuais que destacam a ancestralidade, a cultura e os desafios do cotidiano das comunidades remanescentes, tanto em contextos regionais quanto nacionais. De acordo com a diretora do site Coreto, Raquel Rocha, o projeto é um marco na história do veículo, que atua em três frentes: jornalismo, educação midiática e meio cultural, trabalhando pela democratização e inclusão cultural. “O Cine Coreto Itinerante é uma das ações culturais que serão realizadas em 2024, com o objetivo de promover a cultura local.”

Um levantamento do Observatório de Cinema e Audiovisual (OCA) identificou que a Bahia enfrenta uma grande desigualdade no acesso às salas de cinema, contando com apenas 121 salas de exibição. O projeto do Coreto já exibiu filmes para os moradores do assentamento do MST da Asa no dia 25 de maio e, em 1º de junho, será a vez do assentamento Galiléia. A comunidade quilombola Lagoa do João será contemplada no dia 15 de junho.

No dia 25 de maio, na sede da Associação do Assentamento Boa Sorte, foi exibido o documentário “As Memórias de um Quilombo Vivo”, gravado na comunidade quilombola da Lagoa do João, em Poções. O documentário narra as histórias, memórias e experiências dos próprios habitantes, destacando suas tradições, valores e crenças.

Já no dia 1º de junho, será transmitida, na sede da Associação do Assentamento Galiléia, a produção audiovisual “Central de Memórias”, feita em Vitória da Conquista. O longa metragem traz em cena as recordações de quatro mulheres na luta pela moradia em um bairro da cidade, que ambientou o filme “Central do Brasil” (1997), abordando questões como a atuação da prefeitura local e a invasão dos primeiros moradores.

A programação será encerrada no dia 15 de junho, no Salão Comunitário 21 de Junho, na Comunidade Lagoa do João, com a exibição do documentário “O Ovo”. O filme foi produzido em cenário nacional durante um período distópico do país, em que a população enfrenta a infertilidade e um regime ditatorial populista. O documentário conta a história de uma camareira e um padeiro que não conseguem definir o nome da filha. A indecisão do casal acaba por revelar problemas estruturais no casamento e na sociedade.

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