3° dia da FliConquista discute as literaturas afrocentrada e LGBTQIA+

O escritor Allan Dias encerra o dia com o espetáculo poético “Literatura para celebrar o presente” 16 de novembro de 2024 Arthur Vitor e Denilson Soares

O terceiro dia da Feira Literária de Vitória da Conquista (FliConquista), realizado no Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima, foi marcada por mesas temáticas que abordaram a baixa representatividade negra e LGBTQIA+ no contexto literário. O evento contou, ainda, com uma terceira mesa sobre poesia, um espetáculo poético e um encontro com os escritores.

A primeira mesa, nomeada “A palavra fora da caixa”, foi mediada por Adriana Amorim e contou com a participação da historiadora Keu Sousa, que compartilhou que seu primeiro contato com a literatura foi através das escolas, mas não havia muita diversidade nos livros. “Eu não tive acesso a uma literatura que falasse sobre uma representatividade”, pontuou a historiadora. O outro participante dessa mesa, foi o professor Nilton Milanez, em sua fala refletiu sobre a literatura LGBTQIA+. “A gente realmente avançou, quantas mulheres trans a gente na literatura tendo voz pra falar” disse o professor.

A segunda mesa do dia, “Literatura afrocentrada pertencimentos” foi conduzida por Elton Becker. A escritora Ryane Leão trouxe em sua fala a falta de representatividade negra no contexto literário, “A gente passa muito tempo sem nos ver nas obras que a gente lê, eu costumo dizer que a gente só consegue ser aquilo que a gente consegue ver”, afirmou a escritora. O professor Marcos Cajé, discutiu acerca dos pertencimentos da literatura afro fantástica. “O Estado da Bahia tem 83,7% da população que se autodenomina negro, preto e pardo e a gente tem ainda um curriculo escolar que nega nos nega e mente mente para a gente”, refletiu o professor.

A terceira e última mesa do dia, “Celebração da poesia: tertúlias poéticas”, a conversa também foi conduzida por Elton Becker. A professora Regina Luz comentou sobre a grandiosidade de celebrar a poesia. “Olhar o extraordinário e ver nele a beleza e o encanto é muito fácil, mas ver e descrever a poesia no cotidiano é grandioso”. A escritora Regina Luz disse que o seu processo de escrita está vinculado com o que ela sente. “Falar da poesia é falar de mim de também, porque a minha poesia é escrita com o sentimento que é sentido por mim, eu escrevo o que realmente sinto”.

Além de mesas de discussões, o terceiro dia da FliConquista contou com o encontro do coletivo de escritores e escritoras de Vitória da Conquista, no qual teve lançamentos de livros e sessões de autógrafos. Para o escritor Paulo Medrado, eventos desse porte são importantes para a movimentação da cultura local. “Um encontro como esse fortifica a questão cultural, a produção e a publicação de livros de escritores e escritoras. Já a escritora e editora Flávia Assunção comentou da relação entre o autor e a obra, e da arte com a vida. “Tenho o costume de falar que a obra é uma extensão do autor, a gente fala que a vida imita a arte, a arte imita a vida e as duas coisas caminham lado a lado, faz parte de quem a gente é”, finalizou a editora.

O encerramento se deu com o espetáculo poético “Literatura para celebrar o presente”, com mediação do professor Adão Albuquerque e participação do escritor Allan Dias Castro. Em uma de suas falas, ele comentou sobre o avanço da inteligência artificial no mundo e sua aplicação na poesia. “Você pode usar de qualquer forma e vai ajudar muito. Não vejo perigo ou risco, sendo usada de forma coerente como um auxílio, mas a grandeza da poesia é ser espelho”. Allan, ainda, deu um conselho para a nova geração que tem o desejo de se tornar escritor. Não se preocupe em postar ou com números, se preocupe em escrever, comece escrevendo”.

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