O último domingo (04/02), na Praça Crésio Dantas Alves, mais conhecida como a Praça do Normal, em Vitória da Conquista, foi o ponto de concentração da quarta festa carnavalesca do Bloco Algazarra, o que proporcionou o retorno dos foliões às ruas da cidade, desde crianças, adultos e idosos. Animaram a folia o DJ Rafaé, o grupo Vozes do Beco com participações de Géssica Maria e Pedro Akauã, Marujada Mirim e de Paulinha Chernobyl com a colaboração do Poc Sertaneja.
O bloco Algazara foi idealizado em 2018 pelos jornalistas Rafael Flores e Ana Paula Marques, empresários da produtora Vagalume Press. A festa de rua inaugurou na época os movimentos pré-carnavais. O casal juá fez três festas consecutivas e parou durante três anos por causa da pandemia da covid-19. A quarta edição contou com o apoio do Governo do Estado e da Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista, além do patrocínio da Bahiagás.
Em 2024, o tema foi “Muitos Carnavais” e houve uma homenagem à Vó Dôla e ao Zé Baticabo. Segundo um dos organizadores do evento, Rafael Flores, a quarta edição se remete aos carnavais antigos da cidade. “E nós pensamos nessas duas figuras para representar esse lado do Carnaval que ficou apagado ao longo da história.”
Para a foliã e artista Thássila Marina, o Bloco Algazarra desempenha um papel social significativo no resgate da cultura carnavalesca. “Aqui na cidade, há uma falta de bloquinhos e marchinhas, elementos importantes tanto social quanto culturalmente. E é isso que o ‘Algazarra’ traz todos os anos por meio deste evento”, destacou.
O evento começou às 15 horas com o DJ Rafaé. A primeira concentração de pessoas ocorreu na Praça Crésio Dantas Alves, dando início ao cortejo com o grupo “Marujada Mirim”. O bloquinho percorreu as Avenidas Siqueira Campos e Vivaldo Mendes antes de retornar ao ponto de partida. Por volta das 19 horas, o coletivo “Vozes do Beco” subiu ao palco, apresentando seu álbum “General Marinheiro: Pontos de Seu Martin Parangolá”. Para encerrar a noite, a DJ Paulinha Chernobyl convidou Poc Sertaneja para uma performance que agitou todos os foliões presentes.
A professora e foliã, Maria Fernanda Lima, enfatizou a performance do grupo “Marujada Mirim”, formado por crianças e adolescentes da comunidade quilombola urbana Comunidade de Vó Dôla, durante o cortejo do bloco. “Ao trazer um elemento como o balde de tinta e convertê-lo em um tambor, mostramos a capacidade de transformar materiais reciclados e criar com eles momentos de diversão e brincadeira”, dissse emocionada ao ouvir a percussão realizada pelas crianças do coletivo.
O bloco não só celebrou o Carnaval e encheu as ruas de Conquista, mas também promoveu a diversidade entre os foliões. Para a estudante de Jornalismo, Hânia Oliveira, que estava no local com os amigos da comunidade LGBTQIAPN+, a festa teve uma multiplicidade de atrações e pessoas. “Acredito que essa diversidade é um dos principais aspectos que o Algazarra resgata e nos oferece”, salientou sorridente.