Em Conquista, Conferência de Cultura elege 14 representantes do Território do Sudoeste
O evento contou com apresentações culturais de música, dança e literatura que emocionaram todo o público. 19 de novembro de 2023 Kézia Maciel, Rângel Mendes, Carlos Eduardo Silva Nascimento e Luiza CariranhaO Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima sediou no dia 8 de novembro, em Vitória da Conquista, a VI Conferência Estadual de Cultura da Bahia, que elegeu 14 representantes do Território do Sudoeste. Estiveram presentes no evento os produtores de cultura dos municípios da região, convidados, políticos e população geral interessada no tema.
O evento fez parte da retomada do ciclo de conferências que tratam das propostas para políticas públicas de cultura na Bahia. É uma realização da Secretaria de Cultura do Governo da Bahia (SecultBa), com o auxílio da Lei Paulo Gustavo (LPG). No mês de outubro, um total de R$285,6 milhões foram destinado a projetos culturais em todos os 27 territórios de identidade do estado. A verba é destinada principalmente a projetos audiovisuais e linguagens artísticas diversas. No mês de outubro, o edital foi publicado para os realizadores de cultura, cujo resultado dos projetos do aprovados sai dia 24 de novembro.
O evento se iniciou com a organização da mesa oficial que contou com a presença da diretora do Núcleo Territorial de Educação (NTE 20), Lenira Figueiredo; Centro de Extensão Comunitária da Uesb; Márcio Silva; presidente Codeter TISB, Jai Moreira; coordenador Adjunto Câmara Temática Cultura do Sudoeste Baiano, Vinicius Gil; Conselheira de Políticas Culturais e Coordenadora da Biblioteca Comunitária do Miro Cairo – VCA, Micka Xavier; Secretária de Educação e Cultura de Belo Campo – Representando os dirigentes de cultura do território, Vanusa Freire; Diretor de Cidadania Cultural- DCC/ Sudecult/Secult-BA, Nagib Barroso, e deputado Federal, Waldenor Pereira. O secretário da Secretaria de Cultura (Secult), o jornalista Bruno Monteiro, fez uma intervenção por meio de um vídeo gravado, em que reforçava o quanto as discussões das conferências são relevantes para a construção governamental da cultura baiana.
Em seguida, Ana Luiza e Marley, dois músicos de Barra do Choça, cantando “Cota não é esmola”, fizeram uma apresentação musical. Os artistas destacaram que a lei cotas no Brasil é uma reparação histórica. “Muito importante salientar que a cota, como a música fala, não é esmola. As universidades sempre estiveram fechadas antes para pessoas pretas, trans, travestis entrarem em universidades. Ela (lei) traz a segurança delas poderem entrar nesses espaços cada vez mais” disse Marley.
A abertura da conferência ainda com o show do cantor e compositor, Evandro Correira, e o grupo de capoeira, Arte e Cultura Lundu, que veio de Mortugaba, Bahia, que fica 204 km de Conquista. A duas apresentações foram bastante aplaudida pelo público presente o Centro de Cultura. Em seguida, houve ainda a apresentação do Seu Dú e foi cantado o hino nacional brasileiro de forma acústica pelos músicos João Omar, no violão, Pedro Akauã, no ukulele, e cantado por Cláudia Riso, professora de canto oral. A professora formada em Letras pela Uesb, Lana Sheila Rocha, também esteve na ocasião para divulgar a primeira Feira Literária de Conquista FliConquista, prevista para os dias 10 a 14 de novembro.
Para o líder do grupo Lundu, conhecido por ‘João da Capoeira’, é preciso a preservar a cultura da capoeira. “Eu fui o pioneiro na nossa cidade, Mortugaba. Neste mês está completando 29 anos de existência, e esse trabalho eu faço voluntário.” Ele também destacou a homenagem que recebeu no evento: “Não tem coisa mais gratificante que isso, sabe. Eu nunca fiz por dinheiro, faço por amor ao próximo”.
Para finalizar, cada membro da mesa oficial fez uma fala em defesa das cultura na Bahia. O deputado Federal, Waldenor Pereira, que é o responsável pela verba destinada à FliConquista, salientou a necessidade de valorização da cultura local. “Conquista tem um potencial enorme para a cultura, e estamos buscando realizar a feira para promover cada vez mais a cidade.”
A programação da conferência aconteceu das 8h às 17h, no Centro de Cultura. A discussão dos eixos, que começariam pela amanhã, iniciou somente à tarde. Isso aconteceu porque as caravanas com os representantes dos municípios demoraram a chegar, o que levou a abertura da mesa, às 10h, quando devia começar 8 horas.
Eixos Temáticos
Na parte da tarde, a conferência foi voltada para os grupos de trabalho divididos em seis eixos temáticos. Havia coordenadores em cada um e os participantes foram os representantes culturais dos municípios do Território do Sudoeste. Antes do início das discussões, A representante da Secretaria de Cultura da Bahia (Secult), Thaís Pimenta, explicou nos eixos temáticos as regras de trabalho em cada grupo de trabalho, que foram separados em diferentes salas no Centro de Cultura.
A divisão temática por grupo de trabalho inclua os coordenadores e os representantes dos municípios que compõem a região Sudoeste. os eixos e os respectivos coordenadores eram os seguinte: Territorialização, Institucionalização, que contou com a coordenação de Vinícius Gil, técnico de Assuntos Culturais Barra do Choça e coordenador Adjunto do Câmara Temática, e Gildásio Júnior, diretor do Departamento de Cultura, de Poções; Democratização do acesso à Cultura, aos serviços e equipamentos culturais e participação social, sob a coordenação de Micka Xavier, conselheira de Políticas Culturais e coordenadora a Biblioteca Comunitária do Miro Cairo, de Conquista, e Yan Roberto, coordenador Ponto de Cultura Movimento Condor Nordestino e do Museu Virtual Professora Noêmia Lourenço da Silva, de Cordeiros; Identidade, Patrimônio e Memória, tendo à frente Márcio Silva, coordenador Câmara Temática de Cultura e representante do Centro de Extensão Comunitária da Uesb, e Isabella Gomes, daComunidade Quilombola de Mumbuca, de Bom Jesus da Serra; Diversidade Cultural e Transversalidades de Gênero, Raça e Acessibilidade na Política Cultural, com Ítalo V. Costa, historiador, de Planalto; Economia Criativa, Trabalho, Renda e Sustentabilidade, coordenado por Daisy Andrade, coordenadora da Rede Territorial Rédeas do Teatro, de Conquista; Direito às Linguagens, Meios Artísticos e Digitais, com Daniel Leite Almeida, presidente da Associação do Setor Audiovisual do Sudoeste Baiano, de Conquista.
Cada grupo discutiu, formulou e sistematizou proposições para o desenvolvimento de ações culturais no Sudoeste. Ao final, todos retornaram ao auditório do Centro de Cultura, onde foram eleitos dois delegados representando o poder público e outros cinco da sociedade civil. Desse total, o mesmo tanto foi eleito de suplentes, o que totalizou 14 representantes. Sete deles, juntamente com os 23 delegados eleitos nas conferências municipais, irão representar o território do Sudoeste baiano na Conferência Estadual de Cultura, que acontecerá de 6 a 8 de dezembro, em Feira de Santana.
De acordo com Thaís Pimenta, a seleção dos representantes culturais segue a regra da diversidade e a transversalidade, dando espaço também às pessoas com deficiência. “Também considera os diversos municípios e segmentos artísticos e culturais, levando em conta as dimensões simbólicas, cidadã e econômica da cultura, bem como a diversidade de orientação e identidade sexual.”