Elenco do filme “Ambrosia: o Manjar dos Deuses” discute a negritude, a arte e o racismo no Brasil
Participaram do encontro os atores Tony Tornado, Neusa Borges, Romis Ribeiro e Tânia Tôko 12 de agosto de 2024 Arthur VitorA “Roda de Conversa: Cinema e Corpos Dissidentes” reuniu o elenco do filme “Ambrosia: o Manjar dos Deuses” aconteceu no Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima, na última sexta-feira (09/08). Com a mediação da produtora Day Sena, estiveram presentes os atores Tony Tornado, Neusa Borges, Romis Ribeiro e Tânia Tôko. Na atividade, os participantes trouxeram questões que permeiam o filme, como a afetividade da família de pessoas negras e amor de corpos fora do padrão. Cada um compartilhou dificuldades e experiências pessoais e profissionais.
O protagonista do filme, Romis Ribeiro, relatou como a história da sua vida tem relação com o personagem, a partir do seu passado, por ser negro, gordo, gay, baiano. “Ele é uma pessoa mais fechada, mais introvertida, ele está ali pra dentro, está passando por uma crise, que é uma crise existencial.”
Já Neusa Borges pontuou sobre a representatividade do longa-metragem. “O filme, para mim, representa o meu agradecimento a Deus por me dar essa oportunidade, com toda a minha idade, de continuar roçando e trabalhando”. Outro artista presente foi o ator Tony Tornado, 90 anos, que relembrou as dificuldades do início da sua carreira. Para ele, no início, foi muito desafiador a vida de ator, ainda mais tendo uma vida pesada, pois saiu de casa aos 12 anos. Também ratificou o seu pioneirismo na teledramaturgia e ressaltou que diferença, entre o artista negro e os outros, é a falta de oportunidade, por que se der uma chance ele irá usá-la. “Hoje você liga a televisão, e tem lá uma novela com 10 atores negros. Não sei se todos vocês assistiram Roque Santeiro, quando tinha um elenco de 136 personagens, e só tinha eu de preto, eu Tony Tornado era o único”.
O filme “Ambrosia: o Manjar dos Deuses” tem roteiro e direção de Vinícius Pessoa. Para ele, a Lei Paulo Gustavo é a Lei que tem contribuído para descentralizam os recursos e permitir a sobrevivência dos profissionais de fora das capitais. “É uma galera que está precisando de oportunidade, está precisando de grana para fazer seus projetos acontecerem.”A obra foi contemplada pelos editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal.
A Lei Paulo Gustavo foi instituída pela Lei Complementar nº 195/2022, e sua execução foi regulamentada e ajustada em 18/12/2023, pela Lei Complementar nº 202. A lei tem o objetivo de promover a democratização da cultura, através da criação de oportunidades de emprego e renda para artistas, produtores culturais e trabalhadores do setor, ainda, impacta a economia local e regional.