Mestre Môa do Katendê é homenageado no mês da Consciência Negra

Capoeirista foi assassinado em outubro 2018, por intolerância política 8 de novembro de 2024 Arthur Vitor

Neste última quinta-feira (08/10), no mês da Consciência Negra no Brasil, o baiano Romualdo Rosário da Costa, conhecido por mestre Môa do Katendê, tendo sido um dos maiores capoeirista de Angola no estado, foi o homenageado pela lei que institui o ensino da capoeira em instituições públicas na Bahia.

Môa morreu em 2018 a facadas após o primeiro turno das eleições quando declarou seu voto a Fernando Haddad (PT), em uma discussão política em um bar, em Salvador. Nascido em 1954 na capital baiana, Môa iniciou sua jornada na capoeira aos oito anos de idade no terreiro de sua tia, o Ilê Axé Omin Bain.

Em 1987, recebeu o título de mestre de capoeira, sendo avaliado por uma banca formada pelo Mestre João Grande, Mestre João Pequeno, Mestre Vermelho e Dona Romélia. Ao longo de sua vida não se limitou à prática de capoeira, sendo também compositor, percussionista, dançarino, artesão e educador.

Mestre Môa foi um defensor da preservação da cultura afro-baiana e promoveu a valorização, preservação, celebração e resistência da herança afro-brasileira. Seu trabalho também foi feito com o dever de combater o preconceito e a intolerância religiosa.

Entre os seus principais feitos em vida foram, ter ganho o Festival da Canção do bloco Ilê Aiyê, em 1977, com a música bloco beleza. No ano seguinte, fundou o bloco afoxé Badauê, integrado pelos moradores do Engenho Velho de Brotas, em Salvador. Em 2003 fundou Agremiação Gunga, o primeiro bloco de capoeira do Brasil.

O decreto em homenagem ao capoeirista foi publicado no Diário Oficial da Bahia na última quinta-feira (07/11), que traz a lei n° 14.341, conhecida como Lei Moa do Katendê. O documento institui o Comitê Gestor Môa do Katendê para supervisionar, executar, acompanhar e monitorar. A publicação do decreto n° 23.204 de 6 de novembro de 2024, detalha que a lei tem a intenção de incentivar a prática da capoeira, por meio da inclusão no currículo das escolas públicas.

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