Nesta terça-feira (18/04), na abertura oficial da Semana de Jornalismo, segundo ciclo de atividades do evento Transversalidades? Jornalismo, Diversidade e Audiovisualidades, o tema em debate foi o Radiojornalismo: autonomia profissional, normas organizacionais e a participação do público”. A palestra foi mediada pelo professor Dirceu Góes, um dos organizadores da atividade.

Entre os três palestrantes, os jornalistas Kleyton Costa, Patrícia Roma e Max Dayan, o radiojornalismo, assim como qualquer outro trabalho em jornalismo, precisam ser atravessado pela ética nas relações com as fontes, na estrutura da rádio e com os anunciantes, além da condução de uma apuração voltada para a verdade dos fatos. Também defenderam o quanto passar pelo curso de Jornalismo norteia suas práticas jornalísticas.

Para Kleyton, ex-aluno de Comunicação Habilitação em Jornalismo da Uesb, que tem 12 experiência na Rádio Sociedade de Feira de Santana, a apuração dos fatos ao longo de sua carreira jornalística na área policial foi fundamental para ter credibilidade e respeito do público e da própria Polícia. Também destacou a precarização do trabalho prestado por jornalistas terceirizados. “Sem dúvida a academia nos dá o embasamento teórico de como agir, de como proceder de forma técnica e também de forma ética”.

Já Patrícia, que é gerente administrativa e supervisora de Jornalismo há 13 anos da Rádio Baiana FM, na região Sisaleira e bacia do Jacuípe, salientou sobre a necessidade dos jornalistas se manterem atentos aos critérios de noticiabilidade, que são de relevância para a população. Segundo a profissional, os jornalistas têm o dever de “dar ao povo o que é de útil para a vida dele”. A jornalista também os percalços de ser uma mulher à frente de uma cargo de chefia e da sua responsabilidade com a definição de pautas voltadas ao interesse público. “Principalmente na parte política, a gente precisa ter todo o controle para que não haja desvios. Os políticos sempre querem usar o jornalismo para transmitir uma agenda positiva. Por isso, tudo na rádio é selecionado.”

Por sua vez, o jornalista Max Dayan, que trabalha na rádio comunitária de Mortugaba desde os 15 anos, trouxe a sua experiência de rádio sem fins lucrativos, voltada para a comunidade local. Ele também destacou a necessidade do jornalista trabalhar a partir do interesse público e norteado pela ética. “Na minha cidade, eu peguei essa missão de levar o jornalismo com o máximo de ética possível, que a gente aprende dentro da própria universidade. O jornalismo não é sobre você, é sobre o outro. O jornalismo precisa ser voltado para o interesse da população, principalmente no interior.”

No dia 19 de abril, o evento dará continuidade com os Relatos de Experiências de jornalistas e estudantes que participaram e atuam atualmente no Programa Jornalismo como Forma de Transformação Social. Em seguida, haverá também a palestra com o tema Inteligência Artificial, Desinformação e Comunicação, das 9h45 às 12h. A palestrante será a jornalista Pollyana Ferrari, pós-doutora em Comunicação pela Universidade Beira Interior (UBI), de Portugal, e também Doutora e Mestre em Comunicação Social pela Universidade de São Paulo (USP).

No dia 20 de abril, último dia do evento, acontecerá de forma virtual a Mesa: Jornalismo
Independente, das 8h às 12h. A primeira parte do debate será em nível nacional com as
jornalistas Mariama Correia, Emily Costa e Felipe Medeiros.

Das 10h15 às 12h, será a vez da discussão local com as jornalistas Victória Lôbo, do
Conquista Repórter e Raquel Lemos, do site Coreto, de Poções.

A Semana de Jornalismo foi o segundo ciclo do Transversalidades: jornalismo, diversidade e audiovisualidades e teve o apoio da agência Gente Propaganda, do restaurante e pizzaria Marinheiro, vereador Alexandre Xandó e da ex-candidata a prefeita de Vitória da Conquista pelo PCB Luciana Oliveira.