CCE/BA dá prazo de até 90 dias para a vinda da Comissão de Verificação do curso de Jornalismo da Uesb
As turmas de Jornalismo formadas em 2023 e 2024 estão sem diploma e sem registro 19 de junho de 2024 Rafaella LeiteEm reunião realizada nesta última terça-feira (18/06), no auditório do Colégio Estadual Professora Heleusa Câmara, em Vitória da Conquista, o Conselho de Ensino Superior do Conselho Estadual de Educação da Bahia deliberou encaminhamento da Comissão de Verificação, que virá visitar o curso de Jornalismo da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) em até 90 dias. Com o parecer deles, o bacharelado de Jornalismo poderá receber o reconhecimento.
A reunião aconteceu com professores, estudantes e jornalistas recém-formados pela Uesb, que tinha como pauta o processo de reconhecimento do curso de Jornalismo. Os representantes da entidade eram o presidente do CEE/BA, Roberto Gondim Pires, o presidente da Conselho do Ensino Superior do CEE/BA, Samuel Guimarães, e mais quatro conselheiros. pelo pró-reitor de graduação da Uesb, Reginaldo Santos Pereira, pelo Na ocasião foi formada uma mesa em que, além dos presidentes do CEE/BA, estiveram a coordenadora do curso de Jornalismo, Carmen Carvalho, e o pró-reitor de Graduação da Uesb, Reginaldo Pereira.
O pró-reitor, Reginaldo Pereira, iniciou o encontro ressaltando a contribuição social do curso de Jornalismo em Vitória da Conquista e nas regiões circunvizinhas. “O curso ocupa um espaço territorial importantíssimo, seja na TV, no rádio, na produção escrita ou na extensão.”
Em seguida, Carmen Carvalho resgatou o histórico do curso de Jornalismo da Uesb e quanto tem transformado o mercado da comunicação regional e contribuído para a formação de jornalistas no Brasil. “São 26 anos do curso de Jornalismo da Uesb, mais de 600 profissionais formados, com uma estrutura física e de recursos humanos. É o primeiro curso de Jornalismo do interior da Bahia, tendo um impacto social relevante paraa qualificação da produção de informação para a sociedade.”
Em seguida, professores e representantes da universidade prestaram esclarecimentos acerca do processo de reconhecimento do curso, e os conselheiros decidiram conceder por unanimidade a aprovação que dará seguimento ao encaminhamento da Comissão de Verificação para posterior reconhecimento.
De acordo com o presidente do CEE/BA, Roberto Gondim, o próximo passo é construir, junto com a Secretário Estadual de Educação da Bahia, uma relação que libere o processo. “Já temos dois professores indicados para fazer a visita in loco, numa previsão de uns 90 dias.”
Já Samuel Guimarães se responsabilizou em organizar os procedimentos da Comissão Verificação. A conselheira e professora da UFRB, Suzana Pimentel, assumiu o ofício de relatora do processo e se comprometeu a “organizar de forma célere” para que em breve “os diplomas sejam expedidos”.
O processo ficou parado na Câmara de Educação Superior por seis anos. De acordo com Roberto Gondim, as dificuldades na tramitação se deram por conta da quantidade de demandas de avaliações que o Conselho deve realizar em outros 10 cursos de quatro universidades.
Cronologia
O curso de Comunicação Social da Uesb foi criado em 1998 e já formou ao longo de 20 anos cerca de 600 jornalistas. Em 2013, com as novas Diretrizes Curriculares Nacionais aprovadas pelo Ministério da Educação, o colegiado do curso de Jornalismo iniciou a reforma curricular do curso, passando de Comunicação Social para Jornalismo. Em 2017, a mudança foi finalizado e is trâmites na Uesb forama realizados, passando pela Câmara de Graduação Consepe ( Conselho Superior de Ensino e Pesquisa).
Em 2022, o curso de Comunicação Social foi extinto e o curso de Jornalismo foi criado, a partir da inserção de novas disciplinas na grade curricular. Em 2018, a primeira turma do novo curso ingressou na universidade e se formou em fevereiro de 2023. A segunda turma se formou em maio de 2024. Ao todo, 40 egressos não tiveram seus diplomas emitidos.
Precarização do trabalho
A jornalista Gabriela Souza, formada no ano de 2023, relatou que enfrenta dificuldades no mercado de trabalho devido a ausência do diploma. “Eu, que sou graduada, não consigo tirar o registro profissional, e devido à não comprovação do diploma, fui prejudicada no quesito financeiro, perdendo um incentivo de 10% no salário em um cargo comissionado na Prefeitura”.
Leiane Oliveira, que também concluiu em 2023, revelou também dificuldades, mas em relação ao seu ingresso na pós-graduação. “Essa situação está travando a obtenção do meu grau.”
Rose Aguiar, estudante do 7° semestre, disse não querer passar pelo mesmo constrangimento que colegas egressos têm enfrentado. “A gente sabe que tem duas turmas concluídas que estão tendo prejuízos. Nós estamos às vésperas de nos formar e a não quer passar esse vexame”.
Já Ane Xavier, discente do 5° semestre, se diz esperançosa com o estabelecimento de um prazo oficial para a regularização do curso. “Essa reunião de hoje foi muito importante porque antes tudo que a gente tinha eram suposições. Isso dá esperança de continuar, porque é muito desanimador fazer um curso e não ter a certeza de ter uma certificação devidamente registrada.”