O Conquista Repórter é um dos veículos de imprensa presentes no ‘Projeto Oasis’, um relatório global que busca mapear mídias independentes e nativas digitais. Realizado pela SembraMedia, em parceria com a Google News Initiative, o repositório online reúne informações de mais de três mil organizações atuantes em 68 países. No Brasil, foram identificados 164 veículos com o apoio da Associação de Jornalismo Digital (Ajor). Cinco iniciativas baianas estão incluídas no levantamento.

De Salvador, estão mapeadas as organizações ‘Entre Becos’, ‘Correio Nagô’ e ‘Meus Sertões’. O Conquista Repórter e o ‘Fala Barreiras’ aparecem como representantes do interior do estado. Os dados foram coletados a partir de entrevistas, entre setembro de 2023 e fevereiro de 2924. Cerca de 40% das iniciativas que participaram do estudo atuam fora das regiões Sul e Sudeste do país.

Para fazer parte do relatório, os veículos jornalísticos precisam atender a alguns critérios, a exemplo da independência editorial, sem interferência do Estado, de partidos políticos ou de figuras políticas com mandato. As iniciativas também devem se comprometer com boas práticas editoriais e organizacionais, como a publicação de conteúdos que levam em conta a diversidade de gênero, etnia e raça de fontes e personagens, além da adoção de uma política de diversificação de receitas.

O ‘Projeto Oasis’ começou em 2019 na América do Norte. Na atual fase, essa foi a primeira vez que o relatório incluiu veículos de mídia do Brasil. O repositório mostra dados sobre receita das organizações, modelo de negócio, áreas de cobertura, gênero dos fundadores e número de funcionários. O objetivo é reunir dados que possam fundamentar a criação de políticas públicas para o fomento ao jornalismo.

A pesquisa aponta que as organizações de mídia digital de cobertura nacional apresentam receitas quatro vezes maiores do que a média dos veículos locais e regionais. Outro resultado mostra que mais de 80% das iniciativas brasileiras têm pelo menos uma mulher em seu grupo de fundadores. De acordo com o estudo, 18% foram fundadas por homens, 44% por mulheres e 38% por ambos.

Além disso, segundo o relatório do ‘Projeto Oasis’, os veículos brasileiros criados por mulheres têm, em média, 20% menos receita do que aqueles fundados apenas por homens. Já as organizações encabeçadas por equipes mistas apresentam receitas um pouco mais altas do que as lançadas apenas por homens.