Quarto dia do evento traz debate sobre desinformação e educação midiática

s convidados vieram de São Paulo e do Rio de Janeiro para compartilharem seus conhecimentos sobre o tema 11 de abril de 2024

Nesta quinta-feira (11/04), a V Semana Jornalismo Importa: Ensino, Mercado e Pesquisa chegou ao seu quarto dia, com o Simpósio “Combate à Desinformação e Educação Midiática”, dividido em suas mesas redondas:  “Desinformação e Redes Sociais” e “Checagem e Educação midiática”, realizado no Cap (Centro de Aperfeiçoamento) da Uesb, das 9h, às 12h30. Os convidados vieram de São Paulo e do Rio de Janeiro para compartilharem seus conhecimentos sobre o tema.

A primeira mesa-redonda “Desinformação e Redes Sociais” , iniciada às 9h, contou com a mediação do professor do curso de Jornalismo da Uesb, Francis Pereira, os palestrantes Gilberto Scofield (PUC/RJ e UFRJ), do Rio de Janeiro e Ivan Paganotti (Metodista/SP), de São Paulo. A principal discussão apresentada foi sobre como as plataformas de redes sociais contribuem para desinformação e a Projeto de Lei, PL 2630,  que tramita no Congresso Nacional para responsabiliza-las pelo conteúdo que nelas circulam na internet.

Conforme explicou Gilberto, a PL  visa a proibição de contas falsas nas redes sociais e a mitigar a propagação de desinformação. Segundo ele,  o projeto ainda permanece sem a aprovação da maioria dos deputados federais e tem sido combatido pelas Big Tech, as empresas Meta, X, Google. “No Brasil existe uma indústria de desinformação que rende milhões, sendo as redes sociais  as maiores beneficiadas. Elas não se responsabilizam pelo conteúdo que deixam circular.”

Por sua vez, o jornalista Ivan Paganotti trouxe à discussão da mesa a maneira como o atual fenômeno das fake news se conecta com a política e a sociedade a partir das conexões virtuais entre os usuários das redes sociais. “As pessoas estão nesse ambiente virtual, e ali acontecem as interações e o compartilhamento de informações falsas. É preciso regular, com a responsabilização das plataformas, para conter a desinformação.”

Depois da fala dos palestrantes, das perguntas e a intervenção do mediador, houve uma lanche para os participantes da mesa e da plateia. Nesse espaço de tempo, o estudante de Jornalismo, Rodrigo Mascarenhas, e o professor do mesmo curso, Dannilo Duarte, realizaram uma apresentação artística.

A segunda mesa-redonda “Checagem e Educação midiática”, que  foi mediada pela professora e organizadora do evento, Carmen Carvalho, tendo como convidados o analista de Educação da Agência Lupa, Victor Terra, e o professor da Uesb, de Jequé, Hayaldo Copque. Começou às 11h e terminou às 12h30.

Victor Terra destacou a importância do letramento midiático e o quanto as redes sociais criam que analisou as bolhas, onde as pessoas ficam restritas a apenas alguns conteúdo.  “Todo mundo hoje é uma espécie de mídia, por isso temos que entender as nuances dela, e a falta de educação midiática provoca em algumas classes sociais um distanciamento da realidade, o que leva à adesão à desinformação. Por exemplo, a tia do WhatsApp muitas vezes não sabe que aquela informação é falsa.”

Hayaldo Copque, que é dramaturgo, dialogou sobre relações entre teatro e jornalismo e a desinformação na perspectiva do teatro do oprimido de Augusto Boal. Por meio de uma breve encenação no palco, ele mostrou a relação promíscua entre a forma da notícia vivenciada antigamente, na intersecção entre o jornalismo, o teatro e a política, e também apresentou o  histórico do teatro jornal no Brasil. “O teatro sempre se utilizou do jornalismo para criar suas obras, e agora ele pode ser uma ferramenta no combate à desinformação, especialmente com o teatro do oprimido.”

Ao final, a plateia pode fazer perguntas, que receberam as respostas dos palestrantes. As oficinas da tarde foram prorrogadas das 14h para às 14h30, pois a mesa durou mais que o planejado anteriormente. Foram elas “Como combater à desinformação”, com Gilberto, no Auditório II do Luisão; “Educação Midiática e Checagem de Fatos”, com Vitor, no Auditório I do Luisão;  e “O que o jornalismo pode ganhar (ou perder) com a PL das Fake News?”, com Ivan, no Laboratório de Jornalismo.

A V Semana de Jornalismo: Mercado, Ensino e Pesquisa foi possível graças ao apoio dos seguintes colaboradores: Associação Baiana de Produtores de Algodão (Abapa), Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista (PMVC), o vereador de Vitória da Conquista pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Alexandre Xandó, e a empresa Nikita Personalizados. Também são parceiros da atividade os veículos jornalísticos Conquista Repórter e Site Coreto.

Fotos: Monitores do evento

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