Quase 4 mil jornalistas tiveram redução salarial durante a pandemia da covid-19
A pesquisa também identificou que 205 profissionais foram demitidos e outros 81 tiveram os contratos vencidos 5 de agosto de 2021 Carlos PatezDurante o período da pandemia da covid-19, iniciado em março de 2020, 3.930 profissionais de imprensa sofreram redução salarial. O levantamento é da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) que divulgou o resultado no último mês, em julho.
De acordo com a Fenaj, entre os jornalistas sindicalizados de 16 sindicatos de diferentes estados que participaram da pesquisa, ainda houve 205 demissões e 81 contratos de trabalho suspensos.
Quanto à redução salarial, 3.808 profissionais receberam 25% a menos do pagamento antes da pandemia e 122 tiveram cortes entre 50% e 70%. Só no Município do Rio de Janeiro 1.204 jornalistas foram afetados, o equivalente a quase um terço do número total.
O diretor do Departamento de Mobilização, Negociação Salarial e Direito Autoral da Fenaj, em entrevista ao Comunique-se, Rafael Mesquita, destacou que, apesar dos jornalistas terem sido incluídos entre os profissionais da linha de frente, o salário foi reduzido, o contrato suspenso e houve até demissões.
“Diferentemente de trabalhadores da linha de frente, que em alguns casos conquistaram, merecidamente, algum tipo de adicional, nós fomos submetidos às medidas que reduzem direitos durante a crise sanitária. Enquanto arriscamos nossas vidas na cobertura noticiosa e nas assessorias de imprensa, somos massacrados pela redução salarial, as suspensões e as demissões,” disse Mesquita.
A redução salarial dos jornalistas não significou menos trabalho. Segundo outra pesquisa da Fenaj, que foi divulgada em junho de 2020, 55,5% de um universo de 457 profissionais de comunicação entrevistados relataram aumento da pressão no trabalho, acúmulo de tarefas, sobrecarga de horário e cobrança por resultados.
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