Mulheres são as mais prejudicadas pela pandemia da covid-19
Entre os meses de março e abril de 2020, em 12 estados brasileiros, houve um aumento de 22% dos casos de assassinatos contra mulheres comparado a mesma época de 2019 23 de junho de 2020 Felipe RibeiroA pesquisadora do Instituto de Saúde Coletiva (ISC) da Ufba e da Rede CoVida, Estela Aquino, em debate realizado, no dia 11 de junho, juntamente a antropóloga Heloísa Buarque de Almeida, da Universidade de São Paulo (USP), a médica Estela Aquino, da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e a filósofa Tessa Moura Lacerda, também da USP, além da jornalista Mariluce Moura, do Ciência na rua, em um webinário de temática “Covid-19 e aprofundamento da desigualdade de gênero”, apontou que durante a pandemia da covid-19 as mulheres são mais prejudicadas.
Os números de feminicídio, neste período, confirmam a afirmação da pesquisadora. Entre os meses de março e abril de 2020, em 12 estados brasileiros, houve um aumento de 22% dos casos de assassinatos contra mulheres comparado a mesma época de 2019.
De acordo com Tessa Moura, a população preta, indígena e periférica são as mais coagidas por violências do próprio estado. Um exemplo recente dessa realidade é o caso do menino Miguel, de 5 anos de idade, negro, que morreu ao cair do nono andar ao ser deixado no elevador pela patroa da sua mãe, que foi ordenada a levar os cachorros da patroa para passear.
Além da violência física, as mulheres ainda sofrem com a sobrecarga de trabalho, por que, além das atividades profissionais, elas precisam dar conta dos afazeres domésticos. Isso também, segundo as pesquisadoras, tem deixado as mulheres mais propensas a adoecerem e morrer pela covid-19. Entre essas mulheres, o Boletim CoVida 5, demonstra que mulheres pretas são as que mais adoecem. .
Outros problemas apontados pela Rede CoVida no estudo “Saúde e Direitos Reprodutivos no Cenário da Covid-19” que acomete às mulheres são os abortos inseguros, o aumento das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s), gravidezes não-desejadas e elevação do número de mortes maternas e infantis.
Fonte: Rede CoVida
Foto de capa: Divulgação/Outras Palavras