1º de julho – Dia Nacional da Vacina BCG

Criada na França em 1921, a vacina da “marquinha” se tornou obrigatória no Brasil em 1977 1 de julho de 2022 Victória Meira Amaral

No dia 1º de julho é comemorado o dia da vacina BCG, que previne contra a tuberculose, principalmente as suas formas mais graves, como a tuberculose miliar  e a meningite por tuberculose. A vacina chegou ao Brasil em 1925, e há 45 anos faz parte do calendário nacional de vacinação, no Programa Nacional de Imunizações (PNI).

A vacina leva esse nome, BCG, por causa dos seus criadores, os franceses Léon Calmette e Alphonse Guérin. Em publicação feita pelo Instituto Butantan, é explicado que eles produziram o imunizante em 1921, a partir do enfraquecimento da bactéria causadora da doença em bovinos, e foi batizada de Bacilo de Calmette e Guérin (BCG).

No Brasil, o imunizante BCG é obrigatório na aplicação da dose única do BCG em crianças, juntamente com outras vacinas. Ele é a primeira vacina prevista após o nascimento, e deve ser aplicada entre o nascimento e antes da criança completar 5 anos.  Após a administração da vacina no braço, há uma reação na pele que já é prevista e inofensiva. Assim, cria-se uma pequena ferida no local que, depois de curada, deixa uma cicatriz, a popular “marquinha” no braço.

Em matéria publicada pelo G1 foi mostrado que, no final de maio deste ano, entidades médicas e científicas brasileiras enviaram uma carta ao PNI alertando sobre a falta de doses da vacina BCG no país. O documento foi assinado pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), a Rede Brasileira de Pesquisas em Tuberculose REDE-TB e a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT)

“Lamentavelmente, mais uma vez no Brasil, o fornecimento da vacina BCG diminuirá nos próximos meses por questões logísticas e de importação do Ministério da Saúde, já que a produção brasileira do imunizante está suspensa”, enfatizou a nota das organizações.

Em abril, o Ministério da Saúde, por meio de um comunicado, pediu para que os estados fizessem o racionamento das doses da BCG, pois a fábrica responsável pela sua fabricação, da Fundação Ataulpho de Paiva, havia sido interditada pela Anvisa. Logo, a produção dos imunizantes iriam diminuir.  A Anvisa informou à BBC News Brasil que a fábrica estava fechada para que os ajustes e correções necessários pudessem ser feitos. 

Além disso, a vacinação da BCG tem registrado baixos índices de cobertura. De acordo com o Datasus do Ministério da Saúde,  em 2015 a cobertura vacinal era de 105%, e em 2021 foi de 68,6%. Em entrevista à Agência Brasil, Tania Petraglia, integrante do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), lamentou a queda na vacinação e, segundo ela, há uma falha em garantir a imunização na atenção primária de saúde. “Falta uma intervenção do ponto de vista municipal mais efetiva”

A BCG é disponibilizada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (Sus) e, segundo dados do Ministério da Saúde, tem eficácia elevada contra a forma disseminada de tuberculose, com cerca de 78% de proteção. 

 

Com informações de Agência Brasil, Ministério da Saúde, Instituto Butantan, G1 e BBC News Brasil.

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