Anvisa autoriza a realização de testes rápidos para a covid-19 em farmácias
Os estabelecimentos devem ter a autorização da Vigilância Sanitária e seguir os critérios de segurança, como o uso de máscaras cirúrgicas e do álcool 70% 2 de maio de 2020 Tainara MenezesNa tentativa de diminuir as aglomerações em hospitais e clínicas, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, na última terça-feira (28/04), a resolução Nº377 que autoriza farmácias e drogarias a realizarem testes rápidos de diagnóstico da covid-19. A medida, aceita por unanimidade pela diretoria do órgão, funcionará em caráter temporário enquanto durar a pandemia, decretada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no dia 11 de março.
A decisão da Anvisa autoriza a realização dos testes, mas não obriga os estabelecimentos a disponibilizarem o exame. O procedimento, capaz de detectar a presença de anticorpos para o vírus causador da covid-19 no sangue, apresenta o resultado em até 30 minutos, a depender do fabricante. “O teste vai detectar a IgG e IgM, aquelas proteínas que fazem parte do nosso sistema imunológico. A IgM, por exemplo, é a primeira classe de imunoglobinas que são geradas quando há algum tipo de ameaça ao nosso organismo”, explicou o médico oncologista Renato Marinho.
As farmácias e drogarias devem informar para as autoridades sanitárias do município a quantidade de testes feitos e os resultados coletados. A orientação da Anvisa é que os exames sejam realizados nas salas de serviços farmacêuticos, onde é preciso adotar as medidas de higienização, como o uso de máscara cirúrgica e álcool 70%. “Além disso, é preciso que o profissional realize os procedimentos adicionais, como a anamnese, que é o resgate do histórico de saúde do paciente”, disse o farmacêutico clínico, Pablo Maciel Brasil Moreira.
A medida vale para farmácias em todo o país, desde que sigam os critérios de segurança. “Em tese, em Vitória da Conquista, as drogarias também estão autorizadas a realizar o procedimento. Mas a Anvisa estabelece critérios para que os estabelecimentos ofertem esse serviço”, disse o farmacêutico Pablo Maciel. Segundo o profissional de Conquista, é preciso que a farmácia ou drogaria tenha profissionais treinados para essa atividade, além da autorização da Vigilância Sanitária local.
Os testes rápidos sozinhos não são capazes de confirmar a infecção pelo novo coronavírus, eles servem apenas para auxiliar no diagnóstico. “Há uma preocupação em relação aos falsos negativos, além da questão de não sabermos, efetivamente, se quem já teve a doença pode ser reinfectado e como essa pessoa reagiria a essa nova infecção. Ou seja, se o contato prévio produz imunidade efetiva ou não”, explicou Pablo Maciel.
O farmacêutico de Conquista reforça que o mais importante durante o período de realização dos testes é o treinamento dos profissionais. Além disso, recomenda que os procedimentos sejam previamente agendados, a fim de evitar as aglomerações nas farmácias e drogarias.
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