Vitrine virtual: a ascensão do Instagram no mercado digital em Vitória da Conquista

Por ser uma plataforma de baixo custo e grande alcance, a rede social vem chamando a atenção daqueles que querem divulgar o seu negócio 4 de agosto de 2018 Cristiane Novaes, Jamile Zamilute, Lucas Barbosa, Taís Pattez, Patrícia Sousa, Wellington Araújo

O Instagram, uma plataforma que inicialmente permitia apenas o compartilhamento de fotos com filtros, atualmente, é uma das redes sociais mais utilizadas no mundo. Lançada de forma tímida em 2010, ele foi o aplicativo que mais cresceu em 2017, de acordo com o portal Aporama. Os microempreendedores de Vitória da Conquista têm aproveitado essa visibilidade para vender seus produtos. Segundo dados fornecidos pela própria plataforma, o Instagram já agrega mais de 5 milhões de perfis comerciais e 2 milhões de anunciantes em todo o mundo.

Esse ambiente facilitador do consumo se tornou vitrine para lojas virtuais de todos os tipos, como brechós e bazares. Thassila Costa é uma microempreendedora e tem duas lojas virtuais. Ela criou um perfil para vender seus acessórios no Facebook, mas, ao perceber o crescimento do Instagram, resolveu migrar para a plataforma. “Eu vi que o pessoal estava migrando para o Instagram, então eu criei o perfil lá para expor meu trabalho e para poder fazer dele uma plataforma de venda. É uma forma de divulgar e entrar em contato com o cliente de forma mais fácil”, diz.

O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial de usuários do Instagram, com 50 milhões. Foto: Freepik.

O Instagram é uma rede social de investimento reduzido e possui grande visibilidade. Esses dois fatores são determinantes tanto para divulgação de uma loja física como também para a permanência aquelas existentes apenas no ambiente virtual. Para Thassila, apenas o Instagram basta para manter o seu negócio. “Minha única forma de venda é através do Instagram e do WhatsApp, que é onde eu entro em contato direto com os clientes. Não tenho loja física e nem site, e nem pretendo ter”.

Diferente de Thassila, Ana Carolina Bramont, que vende acessórios no Instagram, gostaria de expandir seus negócios e ter uma loja física. Segundo ela, as vitrines virtuais são muito práticas, mas ainda não a satisfazem por completo. “Tem gente, por exemplo, que quer ver aquilo. Eu fico muito indecisa quando vou comprar em loja virtual porque eu gosto muito de ver como vai ficar em mim, e acho que tem muita gente que também é assim”, relata.  Esse é o caso de Victoria Marçal, 20 anos. “Comecei a comprar pelo Instagram ano passado. Até então já tinha comprado por outros sites, mas nunca pelo Instagram.  Com o passar do tempo, as vendas no aplicativo foram se tornando comuns, e eu acabei aderindo. Mas ainda prefiro as lojas físicas”. Apesar da preferência pelo ambiente presencial, ambas continuam no Instagram vendendo e comprando.

Marcelo Gustavo, dono de uma loja de produtos personalizados, afirma que as vendas virtuais precisam de máxima atenção. “Nem todo mundo tem aquela confiança, credibilidade e segurança de comprar na internet ainda. E muitas vezes, ao oferecer seu produto, você tem que se certificar que realmente é aquilo que o seu cliente quer, pois, quando a gente vende pela internet, corremos o risco de o cliente não gostar ou aprovar sua mercadoria. E ele pode achar o que recebeu diferente daquilo que comprou, então, cabe ao vendedor ter esse cuidado redobrado na hora de efetuar a venda”, explica.

Marcelo Gustavo, dono de loja virtual: “Nem todo mundo tem aquela confiança, credibilidade e segurança de comprar na internet ainda”. Foto: Arquivo/Site Avoador.

Mercado

Existem cerca de 25 milhões de negócios no Instagram. Essa rede social é usada por 48,8% das marcas – um número que deve aumentar para 70,7% até este ano, segundo a agência de marketing digital americana Omnicore. Emerson Spinelli, gerente comercial da  TV Aratu, sugere que o aumento de negócios e vendas pelo Instagram se deve à expansão de um mercado que há alguns anos passava despercebido. “O motivo primordial para se aumentar esse nível de vendas pelo Instagram com certeza é a quantidade de busca por empresas e por autônomos também. Eles estão de olho nesse mercado que antes não era tão vigente, nem atuante”, pontua.

Para Emerson, o crescimento de vendas pela internet não ameaça as lojas físicas, porém, é preciso tomar alguns cuidados ao escolher uma loja virtual para comprar. “Existem empresas qualificadas, que são reconhecidas no mercado físico e que estão fazendo um trabalho correto e justo. No mercado virtual, porém, existem muitas que não possuem a mesma qualificação. Muitas empresas fraudulentas estão entrando nesse mercado e, realmente, existem várias pessoas que têm relatado os danos sofridos por terem realizado compras por essas empresas”, ressalta.

“Instagram não é Facebook”

“Moda, celebridades e marcas são os principais interesses de quem está conectado no Instagram. Dificilmente encontraremos um usuário que não siga ao menos uma empresa. A ferramenta é essencialmente visual e utilizada com duas finalidades principais: inspirar e descobrir coisas novas, em outras palavras, estimular o consumo”, explica a social media Carolina Coelho.

Embora seja uma ferramenta aparentemente fácil de usar, alguns macetes facilitam o engajamento e a chegada do perfil da empresa à audiência de interesse. De acordo com Carolina, “Instagram não é Facebook, cada rede social possui uma linguagem bem definida”. Então é preciso seguir os seguintes passos:

  1. Se você possui uma empresa, utilize o “Instagram for Business”

  2. Adicione uma boa descrição ao seu perfil

  3. Estabeleça uma identidade visual de cores e filtros

  4. Aposte em fotos de qualidade

  5. Use hashtags relevantes

  6. Invista na mídia paga e promova suas postagens – 70% do que é publicado gratuitamente atinge menos de 10% dos usuários

  7. Para aumentar o engajamento orgânico (sem custo), outras dicas podem ser úteis: adicione a localização, produza conteúdo relevante em poucas palavras, prefira imagens com pessoas e não só produtos

Instagram em números

Criado por Kevin Systrom e pelo brasileiro Mike Krieger em outubro de 2010, o Instagram vem batendo recordes desde então. No mesmo dia do lançamento foi o aplicativo mais baixado na Apple Store e, em dezembro do mesmo ano, chegou a 1 milhão de usuários.

A função stories foi um boom e veio para bater de frente com o Snapchat. Após um ano de lançamento, a ferramenta já contava com 700 milhões de usuários no mundo inteiro. Já o número de usuários ativos diaramente, ultrapassa a marca de 500 milhões, atualmente. E os números não param por aí:

– 40 bilhões de fotos foram compartilhadas até o ano passado;

– O Insta coleciona 4,2 bilhões de curtidas por dia;

– Com 50 milhões de usuários, o Brasil é o segundo no ranking mundial;

– Quando o Instagram introduziu vídeos, cinco milhões de vídeos foram enviados nas primeiras 24 horas;

– As hashtags mais populares no Instagram são #Love, #Instagood, #Me, #Cute e #Follow;

– Por dia são enviadas cerca de 95 milhões de fotos;

– Pizza é a comida mais “instagramada” globalmente, seguida por sushi;

– 200 milhões de usuários do Instagram visitam ativamente o perfil de uma empresa todos os dias.

Ilustração de capa: Leilane Sversuti

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