Conquistense concorre ao Grammy Latino
Assucena Assucena, de Vitória da Conquista, e Raquel Virgínia, de São Paulo, são as primeiras mulheres trans indicadas ao prêmio 26 de setembro de 2019 RedaçãoCom o disco “Tarântula”, a banda “As Bahias e A Cozinha Mineira” concorre a categoria melhor álbum de pop contemporâneo em língua portuguesa na 20° edição do Grammy Latino, premiação de música latino-americana que acontece nos Estados Unidos desde 2000. Assucena Assucena, de Vitória da Conquista, e Raquel Virgínia, de São Paulo, são as mulheres transsexuais responsáveis pelos vocais, acompanhadas de Rafael Acerbi, mineiro de Poços de Caldas, na guitarra e violão.
Influenciados por artistas como Gal Costa e Amy Winehouse, o trio se conheceu no curso de História da Universidade de São Paulo (USP), em 2011, onde participavam de debates e saraus sobre feminismo, racismo e outras temáticas de cunho social e político. No final de 2015, a banda lançou o primeiro álbum intitulado “Mulher”. Com faixas como “Uma Canção pra Você” e “Apologia às Virgens Mães”, os artistas protestaram contra o machismo, a homofobia e a transfobia. “Bixa”, segundo disco de “As Bahias e A Cozinha Mineira”, de 2017, ganhou dois troféus no 29º Prêmio da Música Brasileira.
Assucena e Raquel são as primeiras mulheres trans indicadas ao Grammy Latino. “Tarântula”, que mistura sambas, baladas e pop em 10 canções, é o terceiro álbum do grupo. O nome do disco é inspirado na Operação Tarântula, ação policial realizada em São Paulo, em 1987, que perseguiu mais de 300 travestis sob o pretexto de combater a AIDS. “Essa indicação é uma vitória da história e da memória das mulheres trans que não tiveram suas histórias contadas”, disse Assucena Assucena, integrante conquistense da banda. A premiação acontece no dia 14 de novembro, em Las Vegas.
Foto destacada: Divulgação/As Bahias e A Cozinha Mineira