Número de mortes maternas por covid-19 duplica em 2021 em relação a 2020
Falta de assistência é apontada como principal motivo para o crescimento do número de mortes 29 de abril de 2021 Renata BatistaO número de mortes por covid-19 entre gestantes e puérperas (mulheres no pós-parto) mais que duplicou em 2021 em comparação ao início da pandemia em 2020. Houve um aumento de 113,4% dos casos registrados. Na Bahia, 24% das grávidas e puérperas que foram para a terapia intensiva com covid-19 morreram.
Os dados são do Observatório Obstétrico Brasileiro Covid-19 (OOBr Covid-19), realizado pela Universidade de São Paulo (USP) e pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), e do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe).
Segundo a pesquisa, em 2021, foram 289 mortes em 13 semanas, enquanto o ano passado acumulou 449 mortes durante 43 semanas de pandemia. A média semanal de mortes maternas passou de 10,4 para 22,2.
Desde o início da pandemia até 7 de abril, 9.479 gestantes e puérperas foram internadas por causa da covid-19, das quais 738 morreram. Se considerados os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), foram 9.784 registros e 250 vidas perdidas. As internações foram registradas em 977 cidades.
Apesar de pesquisadores considerarem a gravidez e o puerpério, popularmente conhecido como resguardo, um risco maior de adquirir complicações por covid-19, a falta de assistência é a principal causa para esses dados. Isso porque 22,6% das mulheres que morreram sequer chegaram à unidade de terapia intensiva (UTI) e 33,3% não foram intubadas. Rio Grande do Norte e Maranhão registraram 68% e 64%, respectivamente. Roraima ficou com a maior taxa do país nesse tipo de caso, com 88%.
Entre as mães infectadas que não conseguiram chegar à UTI, o maior índice foi registrado no Pará com 46%, seguido pelo Tocantins com 43%, na Bahia o índice é de 23% de casos. Já os óbitos entre as gestantes e puérperas que não conseguiram ser intubadas, Santa Catarina tem a maior taxa com 62%. Depois, vêm Mato Grosso do Sul com 58% e Pará com 53%, a Bahia registrou taxa de 35%.
Fonte: O Globo