Demanda por crédito nos bancos de micro e pequenas empresas cresce 75% em relação a 2019
A necessidade de crédito, apontada na pesquisa, está relacionada à diminuição das vendas durante a pandemia da covid-19 dos microempreendedores individuais (MEI), das microempresas (ME) e das empresas de pequeno porte (EPP) 23 de julho de 2020 Felipe RibeiroNo Brasil, há uma diferença entre a demanda por crédito dos microempreendedores e a oferta dos bancos da ordem de R$ 202 bilhões. Em relação a 2019, é um aumento de 75%. Esse é o resultado do estudo realizado pelo Centro de Estudos em Microfinanças e Inclusão Financeira da Fundação Getúlio Vargas (FGVcemif) e divulgado em 23 de junho.
A necessidade de crédito, apontada na pesquisa, está relacionada à diminuição das vendas durante a pandemia da covid-19 dos microempreendedores individuais (MEI), das microempresas (ME) e das empresas de pequeno porte (EPP).
Os autores do estudo utilizaram dados públicos de órgãos como Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), FGV (Fundação Getúlio Vargas) e alguns estudos já realizados acerca do tema.
Foi feito, também, um mapeamento dos tipos de empresa (9,8 milhões de MEIs, 6,6 milhões de MEs e 900 mil EPPs) e quais os setores econômicos em que atuam. A maioria opera no setor varejista (28,5% do total), logo depois está a indústria de transformação (9,6%), de alimentação (9%) e em último, os serviços pessoais (8,5%).
O estudo levou em consideração que os setores diferem, de acordo com suas características operacionais, da necessidade de investimento em capital de giro. Com bases em pesquisas sobre economias emergentes, definiu a seguinte classificação sobre a necessidade de dinheiro: alta (30% do faturamento), média (20% do faturamento) e baixa (15% do faturamento). Após isso, essas informações foram cruzadas com a queda de faturamento de cada setor.
A análise sofreu uma ampliação para mais dois cenários, sendo o otimista, onde todos os setores possuem queda de faturamento 10% abaixo do que se estimava do cenário-base, e isso produziria uma demanda não atendida de R$ 116 bilhões. A outra cena é a pessimista, onde os setores apresentam uma queda de 10% maior de acordo com o cenário-base, aumentando a lacuna para R$ 289 bilhões.
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