Estudantes do campus da UFBA em Conquista paralisam atividades por melhorias na alimentação, iluminação e acessibilidade

O movimento denunciou os cortes orçamentários realizados pelo Governo Federal que afetam os serviços oferecidos localmente pela instituição 30 de maio de 2025 Arthur Vitor e Sarah Andrade

O movimento estudantil do Instituto Multidisciplinar em Saúde (IMS), do campus Anísio Teixeira da Universidade Federal da Bahia (Ufba), em Vitória da Conquista, fechou o portão de acesso à instituição no dia 22 de maio. A paralisação da categoria discente reivindicava, entre outras melhorias, um restaurante universitários com comida além do almoço e a iluminação e acessibilidade no local da instituição.

Segundo o coordenador do Diretório Central dos Estudantes (DCE), João Pedro Coutinho, a Portaria n° 102/2025 e do Decreto n° 12.448/2025, publicadas no Diário Oficial da União pelo Ministério do Planejamento e Orçamento, no dia 30 de abril. levaram a cortes orçamentários, os quais interferem diretamente nos serviços. “A UFBA tem sofrido ameaças por conta do contingenciamento de mais de 30% no orçamento previsto para as Instituições Federais de Ensino (Ifes)”, pontua.

Para o estudante de Nutrição da Ufba, Patrício Souza, esses cortes afetam a estrutura da instituição. “Se a gente tira o dinheiro que é investido aqui, a gente tira o dinheiro que é investido na sociedade”, disse. Já a estudante de enfermagem, Bruna Fernandes, esclareceu o quanto o corte de verba vai afetar os estudantes. “Serão realizados 11 repasses mensais até novembro, correspondentes a 61% desse orçamento executado nesse período de tempo. O restante do valor será liberado em dezembro”.

De acordo com a estudante de psicologia, Fabiane Souza, os atrasos vão prejudicar os pagamentos de bolsas de permanência. “Muitos estudantes estão com problemas psicológicos, sem receber esse auxílio financeiro. Há pessoas que precisam desse auxílio para permanecer na faculdade. Não está tendo assistência estudantil necessária.” Há também o problema da inviabilização de viagens de campo e pesquisas, como no curso de ciências biológicas. “Se cortar isso, a gente vai estar estudando nada. Sem essas práticas, a gente se resume a nada”, desabafou a futura bióloga Júlia Lôbo.

Outro problema levantado pelos estudantes é a falta de iluminação no campus à noite e a falta de acessibilidade no local. O estudante PCD de psicologia, Alessandro Gonçalves, disse que existe receito das estudantes com o perigo de sofrerem violências. “A UFBA fica localizada em uma área que não tem muita iluminação. As meninas ficam vulneráveis ao assédio e a tentativas de estupros”. Ele ressaltou ainda a ausência de uma elevado recém construído no prédio administrativo. “Muita gente com baixa locomoção não tem a menor condição de subir até o colegiado. O colegiado de psicologia, por exemplo, fica no segundo andar. Então, os estudantes PcD’s têm que utilizar outras alternativas para resolver suas pendências, como e-mail”.

O Restaurante Universitário também esteve entre as pautas de reivindicações. Segundo a estudante de ciências biológicas, Letícia Prates, o local está precariza a permanência discente na instituição ao servir apenas o almoço como única refeição, por R$2,00. “Tem pessoas aqui na faculdade que necessitam do alimento do R.U, há pessoas que só tem isso para comer mesmo no dia. E é super válida a gente ter uma alimentação básica na faculdade, até porque é nosso direito”. A falta de estrutura das salas foi a problemática levantada pela estudante de ciências biológicas, Quételi Souza. “Como eles colocam vários alunos em uma sala apertada, no verão e quer que a gente preste atenção na aula. É inviável, pois é coisa básica e necessária para que a gente continue estudando”.

A equipe do site Avoador entrou em contato com a Assessoria de

Comunicação da (Ascom/Ufba), no entanto, até o fechamento da reportagem não houve respostas aos questionamentos.

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