Evento comemorativo do Dia da Consciência Negra reúne 900 pessoas
De acordo com os organizadores este foi o ano do evento com mais participação de pessoas e de representantes políticos 3 de dezembro de 2024 Arthur Vitor e Denilson SoaresNo último sábado (30/11), em Vitória da Conquista, foi realizado o “Novembro: Mês da Consciência Negra”, que reuniu 900 pessoas das comunidades quilombolas do sudoeste baiano, além de lideranças da esfera política federal, estadual e municipal. O evento contou com uma caminhada, das 9h30 às 10h20, da Praça Nossa Senhora dos Verdes à Paróquia Rainha da Paz, onde foi realizada uma plenária com tema Igualdade Racial,
De acordo com um dos membros do Instituto Quilombola, Valdenicio Gonçalves, muitos direitos são retirados da comunidade negra. Além de buscar esses direitos, os integrantes das comunidades quilombolas realizaram o evento em busca do reconhecimento de suas terras. “De 67 comunidades quilombolas, apenas 33 têm suas terras reconhecidas pelo governo”, disse o quilombola.
Para o diretor do Instituto Quilombola, Josézito Ferreira, o evento deste ano teve uma grande representatividade do estado e das comunidades. “Pela primeira vez em 20 anos na luta de reparação, nós temos um evento tão positivo como o deste ano”, afirmou o diretor.
Para a moradora do quilombo Maria Clemência, Elenilda Gonçalves, o dia da consciência negra é o dia do reconhecimento dos povos negros em que eles comemoram a sua resistência. “É muito importante ter esse dia, que possibilita a gente comemorar e conhecer outros irmãos quilombolas, é maravilhoso”, disse.
A programação começou às 8h, com a concentração do público na Praça Nossa Senhora dos Verdes, sendo a saída foi às 9h40 em direção a Paróquia Nossa Senhora Rainha da Paz, onde foi realizada uma mesa de abertura. Nela estavam presente o coordenador do Instituto, Josézito Ferreira, o deputado Federal Waldenor Pereira (PT), e o vereador Dr. Andresson Ribeiro (PCdoB), membros da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), a Secretária de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), Ângela Guimarães, e o presidente da Casa da Cidadania, Waldir Villaron, que na ocasião firmou compromisso entre a Casa da Cidadania e as comunidades quilombolas.
De acordo com o deputado federal Waldenor Pereira (PT), fazer parte de um partido que sempre priorizou as lutas das comunidades quilombolas é um grande orgulho. Ele destacou que programas do governo Lula, como Luz para Todos, Bolsa Família e Água para Todos, priorizaram essas comunidades esquecidas por outros governos. “Além desses programas, as comunidades quilombolas têm prioridade em seu reconhecimento. A Fundação Palmares está trabalhando muito bem para que todas essas comunidades se tornem reconhecidas e possam usufruir destes benefícios”.
Para o vereador Dr. Andresson Ribeiro (PCdoB), as comunidades quilombolas enfrentam muitos desafios, e o dever é criar estratégias para que o fortalecimento das políticas públicas avance ainda mais. “As políticas públicas precisam chegar às portas destas comunidades, com acesso público de qualidade e também saúde de qualidade”.
Já a secretária da Sepromi, Ângela Guimarães, ressaltou a importância de celebrar o Novembro Negro e que encontr em Conquista possibilitou as comunidades quilombolas apresentarem as suas reividicações. “As comunidades buscam a regularização fundiária, projetos de inclusão socioprodutiva, educação de qualidade e também acesso à água. Elas encontram, através desses eventos, do governo do estado, das secretarias e do próprio governo Lula, meios para serem ouvidas”, afirmou.
Durante a tarde, o evento contou com diversas apresentações culturais. A banda Marujada Mirim, parte do projeto social do Kilombeco, que funciona no Beco de Doula, foi a primeira a se apresentar. Em seguida, a banda Batukebom, da comunidade Tapioconga, fez um show. Logo após, houve um jogo de capoeira com os alunos do grupo Centenária dos Escravos, que pertence à comunidade quilombola Crioulos. O grupo de dança Jóia, da Cachoeira dos Porcos, realizou uma performance, e a comunidade Queta Sol encerrou as apresentações com uma cantiga de roda.
Antes do fim do encontro, as comunidades quilombolas de Alagoinhas e Quilombo da Pedra receberam a autorização de ordem de serviço, um documento que formaliza o início de um trabalho ou serviço, detalhando o que será feito, onde, quando e em que condições. Ele serve para alinhar as partes envolvidas e também funciona como um registro legal em caso de disputas.
O evento contou com o apoio do Governo do Estado e de diversas instituições, como a Casa da Cidadania, o Centro de Economia Solidária (Cesol), a Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), a Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE) , além da ajuda do vereador Dr. Andresson Ribeiro, do deputado federal Waldenor Pereira, do também deputado federal Valmir Assunção (PT) e da Central Estadual de Associações das Comunidades Tradicionais da Agricultura Familiar e Campesina do Estado da Bahia (Cecaf).
- Quilombolas na Praça Nossa Senhora dos Verdes dos Verdes da caminhada
- Quilombolas se organizando para caminhada
- Quilombolas caminhando
- Representantes políticos na caminhada
- Representantes políticos na caminhada
- Quilombolas recebendo os prêmios
- Quilombolas recebendo os prêmios
- Quilombolas assistindo a Mesa Igualdade Racial
- Final da Mesa Igualdade Racial