Máscaras de acrílico não protegem contra a covid-19
As máscaras faciais servem para proteger as mucosas do contágio do coronavírus, função não cumprida pela máscara de acrílico. 7 de novembro de 2020 Alexya LeiteNas eleições 2020, candidatos têm adotado a máscara facial acrílica para as aparições políticas. O acessório transparente, que permite ver toda a face, não fornece proteção contra a covid-19 e é desaprovado por infectologistas.
O acessório, que já foi utilizado pelo governador Rui Costa e pelos candidatos à prefeitura de Vitória da Conquista Zé Raimundo e Luciana Oliveira, não é considerado Equipamento de Proteção Individual (EPI). De acordo a infectologista Clarissa Cerqueira, em entrevista ao Bahia Notícias, “não é recomendado porque não tem nenhuma eficácia, nenhum estudo científico que comprove o feito com esse tipo de máscara”.
O estado da Bahia, um dos primeiros a estabelecer o uso obrigatório de máscaras, conseguiu adesão positiva da população durante a pandemia. Entretanto, para que o EPI contenha o novo coronavírus é preciso atentar-se a sua composição, formato e aderência. É preciso que o espaço entre a máscara e o rosto seja mínimo, a fim de reduzir a passagem de ar tanto para quem elimina quanto para quem recebe.
“O efeito protetor da máscara facial é garantido por meio da combinação do potencial de bloqueio da transmissão das gotículas, através do ajuste e do vazamento de ar relacionado à máscara, e do seu grau de aderência”, afirma a coordenadora da Rede de Vigilância Sanitária de Aracajú, Denilda Caldas. Para isso a máscara facial deve ser feita nas medidas corretas, cobrindo totalmente a boca e o nariz, sem deixar espaços nas laterais.
“Também é importante que a máscara seja utilizada corretamente, não devendo ser manipulada durante o uso, e que as mãos sejam lavadas antes de sua colocação e após sua retirada”, pontua Caldas.
O protetor facial de acrílico, em conjunto com a máscara de tecido, aumenta a vida útil da máscara, mas não deve ser utilizado em substituição a ela. Caldas alerta para a popularização do protetor facial como máscara. “Esse equipamento não adere à face como recomendável e, com isso, quando utilizado sozinho, não se torna eficaz como barreira de proteção”.
Como uma grande parcela dos contaminados com a covid-19 são assintomáticos, eles podem se tornar agentes disseminadores do vírus. Por isso é imprescindível atentar-se as recomendações feitas por infectologistas no momento de comprar e utilizar o EPI.
Fonte: Bahia Notícias
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