Depois de esperar mais de 300 dias por uma resposta da atual gestão da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), a professora de matemática da instituição, Roberta D’Angela Menduni Bortoloti, viu-se obrigada a tomar uma inciativa inusitada. Ela mandou colocar um outdoor na entrada do campus da universidade em Vitória da Conquista, tendo como título o tema de seu processo no Sistema Sei Bahia: “Implementação do Comitê de Gestão Ética Animal Comunitária da Uesb Multicampi”.

A instalação do outdoor foi no dia 6 de junho pela tarde. No dia seguinte, estudantes, professores e demais servidores da Uesb puderam descobrir a história da docente que luta pelos animais, já que a comunicação contém um QR Code que permite baixar o documento em pdf enviado por ela à Pró-Reitoria de Administração e Desenvolvimento Institucional (Proad), que está sob a responsabilidade da pró-reitora, Allisiane Krystina Saraiva de Figueiredo. No seu conteúdo há uma solicitação de instalação de um Comitê Multicampi e os nomes dos interessados em participar das atividades de gestão dos animais comunitários que vivem no ambiente universitário dos três campi da instituição.

A Roberta D’Angela Menduni Bortoloti é uma das responsáveis pelo cuidado e monitoramento dos cães no campus de Vitória da Conquista, sendo também a idealizadora do “Bazarcão”, iniciativa destinada a arrecadar fundos para custear as despesas dos animais no campus da universidade em Uesb. Ela contou que chegou ao seu limite e buscou uma alternativa para chamar a atenção da atual gestão e da comunidade acadêmica sobre a questão dos animais. “Em maio deste ano fez um ano que a gente fez esse processo no Sei, mas o nosso pedido é anterior a esse processo no Sei. Muitas vezes, a gente tentou estabelecer o diálogo, batendo na porta da reitoria, batendo na porta da Proad, batendo na porta da Prefeitura de Campus. Algumas vezes nós fomos atendidos e muitas outras nós não fomos”, desabafou.

O processo aberto no sistema do governo da Bahia é um documento que pede a criação de um comité provisório composto por voluntários, que terá como intuito propor uma resolução para regulamentar o cuidado com os animais na Uesb. “Com essa Comissão autorizada pela reitoria, pelo nosso reitor, quais são os ganhos que a gente tem? A gente pode fazer um trabalho multicampi, em que a gente vai sentar, discutir como vai ser o trabalho do manejo, dos cuidados com esses animais que estão no campus”, explicou.

Em Conquista, atualmente, há 27 cães e uns cinco gatos transitando e vivendo no espaço no campus da Uesb. Segundo a professora, por aqui, a predominância é de cães, mas nos campi de Jequié e Itapetinga mais gatos. Além da professora, há outros grupos formados por professores, estudantes e técnicos que se revezam com campanhas e cotas para manter a alimentação e medicamentos aos animais. “Precisamos urgentemente de um esforço coordenado entre os três campi para criar uma normatização que permita o cuidado adequado desses animais. Com um trabalho em conjunto, iremos decidir como vamos tratar e cuidar pela presença, existência e convivência desses animais conosco. Gostaríamos muito que a comissão fosse autorizada para que o nosso trabalho desse continuidade de maneira formalizada.”

De acordo com a pró-reitora, Allisiane Krystina Saraiva de Figueiredo, em resposta por email ao Site Avoador, a responsabilidade pela implantação da comissão é do reitor da Uesb e que sua participação nesse processo foi a de encaminhar ao setor responsável, a reitoria.