Pacientes com até 60 anos representam 70% dos infectados por covid-19
As comorbidades que tornam o quadro da doença mais crítico são a hipertensão arterial e a diabetes mellitus 3 de outubro de 2020 Alexya LeitePesquisa do Hospital do Coração (HCor), de São Paulo, identificou que pacientes com até 60 anos representam 70% dos diagnósticos positivos da covid-19. As comorbidades que tornam o quadro da doença mais crítico são a hipertensão arterial e a diabetes mellitus.
Durante o levantamento, dados epidemiológicos de 2.228 pacientes foram coletados, apenas 10% do total têm menos de 30 anos. Também foram analisadas as principais comorbidades associadas – aquelas que contribuem para o agravamento do paciente com a covid-19. A hipertensão arterial e a diabetes mellitus foram os problemas de saúde presentes em casos mais críticos da doença.
A infectologista do HCor, Daniela Bergamasco, em entrevista ao Bahia.Ba, disse que é preciso que os pacientes do grupo de risco tenham os hábitos de higiene reforçados, além do cumprimento do isolamento social. “Embora não existam, ainda, muitas informações sobre o novo coronavírus, a prática clínica, no mundo todo, já sinalizou um alerta importante, que é a relação de algumas comorbidades com os casos mais severos de Covid-19.”
Do total de pacientes analisados, mais de 45% possuem pressão alta e 25% são diabéticos. Os que convivem com a dislipidemia, a elevação de colesterol ruim, representam 20%. Foi observado que 30% dos casos precisaram de internação, permanecendo em hospitalização média por 10 dias. Nos quadros graves, o tempo de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) quase dobrou, com média de 18 dias.
Para a médica Suzana Silva, coordenadora do setor de Epidemiologia do HCor, os estudos epidemiológicos como esse são essenciais no combate a covid-19, pois “a inteligência de dados pode colaborar diretamente com a tomada de decisões e, no futuro, norteará protocolos e novas pesquisas clínicas”.
O estudo pôde identificar que pacientes acima de 60 anos foram o grupo que demandou mais cuidados intensivos. Além disso, os homens representaram o maior número de infectados, com 65% do total e faixa etária média de 68 anos.
Em estudo recente, a USP de São Carlos revelou que o isolamento social, combinado com o uso de máscaras, foi responsável por diminuir em 15% a contaminação pelo vírus no estado de São Paulo. Em contrapartida, o Índice de Isolamento Social desenvolvido pela Inloco mostrou que o isolamento nesta quinta-feira (01/10) no Brasil foi de 24%.
Bergamasco recomenda o cuidado e a permanência com as rotinas de higiene desenvolvidas durante a pandemia. “A máscara salva vidas, assim como a higienização adequada das mãos é uma das medidas mais eficazes para evitar a disseminação do novo coronavírus e de outros vetores de infecções virais”, completa a infectologista.
Fonte: Bahia-BA