Na última quinta-feira (17/04) o projeto Lumos, criado em Vitória da Conquista, foi um dos seis vencedores da 4ª edição do Prêmio LED – Luz na Educação, organizado pelo Grupo Globo. Com a vitória, o projeto conquistense receberá R$ 200 mil para continuar desenvolvendo ações educativas pelo Brasil.

O Lumus foi elaborado por Paloma Brito Coutinho, empreendedora de 24 anos. Para ela, a conquista é uma oportunidade de potencializar o seu projeto. “É continuidade e impulsionamento. Além dos recursos financeiros que são importantes, eles também estão nos dando conexões e conhecimentos imensuráveis”, afirmou. 

Paloma veio para Vitória da Conquista estudar biotecnologia na Universidade Federal da Bahia (Ufba). A história dela serviu como estímulo para a criação do projeto. Desde o ensino fundamental, em Caculé, interior da Bahia, a jovem teve contato com a pesquisa científica, o que lhe proporcionou viajar para o exterior e ter contato com inovações tecnológicas.  

“Esse foi o padrão máximo que eu pude desenvolver para acreditar que eu precisava ter mais experiências como essa na minha carreira e que para outros jovens como eu, isso também seria crucial.” A empreendedora afirma que, apesar da oportunidade que a escola oferecia, os colegas não compreendiam a importância da oportunidade. “Muitos deles, não é porque não queriam, mas porque faltava essa orientação do quão importante isso iria ser”, completou. 

Quando entrou na faculdade, em 2018, Paloma participou de um projeto social que ia às escolas de Vitória da Conquista para promover o ensino científico. “A gente percebia que, apesar de eu ter tido essa oportunidade, que era uma oportunidade do governo do estado, nem todas as escolas tinham isso, porque aqui em Conquista era esse o caso, as escolas daqui vão ter o mínimo do que a gente tinha.”

Com o problema em mente, Paloma começou a despertar o interesse em orientar pessoas a construírem um planejamento de vida. A partir das vivências da empreendedora, ela construiu três pilares para o Lumus: orientação, desenvolvimento das habilidades do futuro e satisfação. O público-alvo do projeto é jovens entre 16 e 26 anos, que estão em situação de vulnerabilidade econômica.   

Paloma destaca que as orientações são pautadas no projeto e objetivos de cada pessoa. “Eu não posso chegar hoje para uma jovem que tem três filhos, que passou por um contexto de vulnerabilidade muito grande, e falar que ela tem que largar tudo e ir para uma universidade. Por isso que a gente fala sobre projeto de vida para além de orientação de carreira”, disse. 

Prêmio LED – Luz na Educação

Na quinta-feira, o programa Especial LED, apresentado por Eliana, anunciou as seis iniciativas ganhadoras do prêmio. Entre elas estavam os projetos Astronomia no Sertão, realizado no Maranhão, Oásis (AP), Alfagaris (BA), Escrevendo na Quebrada (SP), Inovação e Sustentabilidade: construção de uma política de convivência com o Ser-Tão (BA), e o próprio Lumus. Cada projeto vai receber R$ 200 mil.

Esta foi a 4ª edição do Prêmio LED, uma iniciativa da Globo e da Fundação Roberto Marinho, que buscam descobrir projetos educacionais que promovam transformações no ensino e na aprendizagem social. Estudantes, educadores, organizações e empreendedores podem participar.

Segunda a Globo, nesta edição, 2.300 projetos foram inscritos. Eles são analisados por especialistas e, posteriormente, por um grupo de jurados, com base nos critérios de inovação, impacto e potencial de crescimento.

Este slideshow necessita de JavaScript.

Paloma Brito Coutinho é a idealizadora do Lumus. Foto: Arquivo Pessoal