Trabalhadores terceirizados da Uesb retomam atividades após regularização de salários
A paralisação durou 11 dias e gerou acúmulo de lixo em salas de aula, laboratórios, corredores e banheiros 25 de setembro de 2024 Por Rafaella Leite e Raí BarbosaApós 11 dias paralisados, os trabalhadores terceirizados da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) retornaram às atividades na última segunda-feira, 23 de setembro, após a instituição definir um prazo para a regularização dos salários atrasados. Na terça-feira (24/09), cerca 40 trabalhadores das empresas A7 e Positiva receberam o salário integral do mês de agosto e o valor referente a 15 dias de vale transporte e alimentação.
Segundo a delegada de base do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Limpeza Pública e Terceirizados de Vitória da Conquista (Sindilimp), Dilla Ribeyro, a greve foi necessária para garantir os direitos dos trabalhadores terceirizados. “Muitos dependem exclusivamente desse emprego como única fonte de renda, essa paralisação contribuiu para que o contratante entendesse as dificuldades dos trabalhadores.”
Cronologia
A greve começou no dia 11 de setembro. Os trabalhadores reivindicavam o pagamento do salário e dos vales transporte e alimentação. No dia 17 de setembro, os terceirizados realizaram um ato de protesto no Centro de Aprimoramento Pessoal (CAP) da Uesb, em Vitória da Conquista, onde era realizada a reunião do Consepe (Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão). Com a interferência da presidente da Adusb (Associação dos Docentes da Uesb), professora Iracema Lima, uma representante dos trabalhadores conseguiu se pronunciar, denunciando a ausência dos pagamentos.
Lixo na universidade
Durante os dias de paralisação houve um acúmulo de lixo em diferentes ambientes da instituição, como salas de aula, laboratórios, corredores e banheiros. No dia 20 de setembro, a professora de Biologia Flávia Borges enfatizou as condições precárias no módulo Amélia Barreto, onde estão localizados os laboratórios da universidade. “A situação está insustentável, não tem limpeza nos laboratórios, os banheiros estão muito sujos e até a entrega de água mineral também, às vezes a gente pede e não vem.”
A estudante do terceiro semestre de Administração, Isabela Dantas, destacou a falta de valorização enfrentada pelos funcionários terceirizados. “No dia a dia, a gente não percebe a importância deles, mas, quando faltam, somos impactados pelos ambientes sujos.”
O estudante do quarto semestre do curso de Jornalismo, Iury Medrado, relatou que, no Módulo II, a falta de limpeza levou os próprios alunos a limparem a sala de aula. “Vi alunos varrendo a sala e as escadas. Está uma desorganização: o vaso sanitário está entupido de papel, as lixeiras estão todas cheias, sem contar o mau cheiro.” E acrescentou: “Infelizmente, fica com um aspecto feio e triste.”