Candidatas ao legislativo e ao executivo de Poções contam como é a participação feminina nas eleições 2020
Em meio esse cenário de renovação dos representantes políticos e do crescimento de mulheres candidatas, o Avoador reuniu quatro candidatas, duas disputam a vaga à Prefeitura, e as outras duas à Câmara Municipal 13 de novembro de 2020 Leila Costa e Raquel RochaA cidade de Poções, localizada a 68 km de Vitória da Conquista, tem uma realidade política semelhante a cidade vizinha. De acordo com o site do TSE, 52,3% do eleitorado é formado por mulheres, mas na Câmara Municipal há apenas uma representante do gênero feminino entre os 13 parlamentares eleitos. O município nunca teve uma mulher no cargo de prefeita.
Nas eleições municipais de 2020, a cidade conta com maior participação das mulheres na política. São duas candidatas na disputa de uma vaga para o cargo do executivo, uma pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB), outra pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), com uma candidata a vice também mulher (PSOL). Para o legislativo, são 49 mulheres na disputa entre 142 candidatos.
Em meio esse cenário de renovação dos representantes políticos e do crescimento de mulheres candidatas, o Avoador reuniu três candidatas ao legislativo e ao executivo de Poções para explicarem como se iniciaram na política, a trajetória de luta e como tem sido a campanha política. Conheça cada uma delas nas entrevistas que seguem.
Larissa Laranjeira
Larissa Laranjeira, arquiteta e urbanista, de 28 anos, casada, é candidata a vereadora pelo PCdoB. Ela é lésbica, e é uma das 569 candidaturas de representantes da comunidade LGBTI+ para cargos executivos e legislativos das eleições municipais de 2020, segundo Aliança Nacional LGBTI+ fez um levantamento.
Como você começou a sua trajetória na política?
Minha formação é em arquitetura e urbanismo, e dentro do curso eu já me identificava com segmentos sociais. Sempre direcionava minhas pesquisas e trabalhos para refletir sobre a sociedade. No estágio, fiz um trabalho questionando os modelos de escola, pois, a gente está no contexto de construir e amplia escolas, mas sem questionar como esses modelos são reproduzidos. No meu TCC, fiz a respeito da revitalização do presídio Nilton Gonçalves, em Vitória da Conquista, foi quando eu tive contato com Direitos Humanos, Constituição, Lei de Execução Penal, e tudo isso foi me aproximando de temas muito teóricos. Ainda na faculdade, tive afinidade com tema de patrimônio, que foi restauro, e comecei a especialização em restauro de Arquitetura, em patrimônio.Aí, eu me aproximei dos temas de cultura, memória e identidade, toda essa trajetória foi me formando uma pessoa mais crítica. Nas eleições de 2018, no contexto de Bolsonaro, eu caí de paraquedas na organização do movimento #EleNão em Poções, que não partiu de mim, mas me incluíram. No segundo turno, comecei a me engajar, trouxe para a câmara de vereadores o encontro “Direitos Humanos para Humanos Direitos”, na tentativa de virar voto, eu fui para as ruas, e depois disso, comecei a estudar sobre o feminismo e a acompanhar as mulheres da luta política como: Manuela d’Ávila, Olívia Santana, Alice Portugal e Marielle Franco, que foi brutalmente assassinada. Então foi o contexto muito louco das eleições 2018, que me deu força, para eu me engajar na política. Eu me filiei ao PCdoB e comecei a fazer curso de formação política.
Por que decidiu disputar um cargo na Câmara Legislativa de Poções?
Sempre gostei de política, mas sentia vergonha de me lançar candidata por achar feias as campanhas eleitorais. As referências que eu tinha eram sempre negativas, e foram outras mulheres na política que me inspiraram. Eu comecei a perceber que não era tão fácil assim, comecei a ver os ataques que Manuela d’Ávila sofria nas redes sociais e tinha muito medo disso. A primeira coisa que eu falei foi “poxa, quando eu me lançar candidatar, vão atacar minha sexualidade”.Meu nome vai rodar nos grupos do WhatsApp meu nome. Mas fui vencendo esse medo, observando que isso de fato ia acontecer porque a gente ainda vive uma política muito violenta, principalmente, às mulheres e a comunidade LGBTI+. A nossa Câmara precisa incluir as mulheres, a diversidade e mudar o cenário político, porque eu me envergonho de assistir a Câmara de vereadores, então falei: “Porque não eu, se já estou nessa luta?”.
Quais os principais constrangimentos que enfrentou no início e têm enfrentado durante a campanha por conta do gênero e da sexualidade?
No início, as pessoas não levavam a sério minha campanha. Hoje, que a campanha tem ganhado corpo, e eu fico muito feliz de ter apoio de pessoas incríveis que estão me ajudando a construí-la. As pessoas ficam me dizendo que preciso sair da rede social, já recebi piadinha por conta disso, é uma dificuldade no contexto de sair pra rua e pedir voto. Sofri ataques, fake news, e uma tentativa de usar o meu direito para descredibilizar a minha imagem. Eles tentam me atacar, e eu não vi nenhum ataque à outra candidata a vereadora, de forma tão direta como já fizeram comigo. Além disso, a dificuldade de agenda no próprio partido político é uma reclamação que tenho. O partido não dá atenção às candidaturas de vereadores e vereadoras, e falo especificamente da minha que não pode ser tratada como uma candidatura igual às outras por ser feminina e LGBTI+. A gente não tem suporte, nem tentativa de dar visibilidade e apoio. Então, eu estou em um partido de esquerda, que tem no seu estatuto a defesa de priorizar essas candidaturas, mas na prática, em nível municipal, isso não acontece.
Por que um partido de esquerda tem essa dificuldade de tratar como igual a candidatura de uma mulher lésbica?
Eu penso que está muito relacionada à estrutura política que, em nível municipal, tem pouca formação sobre as bandeiras que o partido comunista defende, o que é comunismo, o que defende o estatuto do PCdoB. Também existe essa confusão por Poções ser uma cidade pequena, então apoiam o candidato sem entender a ideologia partidária. Eu vim em um caminho oposto, eu entendi a ideologia do PCdoB, me identifiquei, estou buscando a formação marxista e tentando trazer isso para o partido.
O que você acha que é necessário fazer para incentivar uma maior participação feminina e LGBTI+ na política municipal e federal?
Eu penso a política federal como consequência de uma estrutura que a gente constrói nas cidades. Precisamos construir micropolíticas para alcançar o que a gente pretende para daqui dois anos, e ir cultivando isso para que tenhamos resultados positivos nas próximas eleições federais. Falta esse interesse popular na política, as pessoas precisam participar, construir coletivos e exigir seus direitos. Nós queremos construir um projeto político sólido para a cidade, e penso que precisamos trazer pessoas com perfis militantes para dentro dos partidos, incentivar filiações e continuar nas redes sociais.
Como você avalia o comportamento do eleitorado quando há uma candidata mulher?
De forma geral, nas redes e nas ruas, eu tenho muitos apoios espontâneos. As pessoas estão cansadas de políticos, e quando eu abordo nas ruas, elas dizem que estão desacreditadas e não vão votar em ninguém. Então, eu pergunto: “mas você já viu uma mulher jovem lhe pedindo voto?”, e elas começam a se abrir e afirmam que precisam de mudança e incluir as mulheres. Então me aceitam de forma positiva. Na zona rural, me apresento como um novo modelo de política, e, apesar de ter bandeiras muito abertas nas redes sociais sobre o meu casamento homoafetivo, não falo sobre isso nas reuniões das zonas rurais. Nas redes sociais, quando publico algo a respeito da diversidade, tenho muito engajamento positivo e apoio. Então, o que eu pensei que fosse sofrer em relação à minha sexualidade, não sofri preconceito de forma escancarada. Por ser mulher, há pessoas que buscam desacreditar e tentam descredibilizar o meu projeto político, e esses critérios de avaliação não são utilizados para outros candidatos que estão há muito tempo no poder e não fazem nada. Em relação aos homens, eles aceitam bem, a dificuldade é só trazer a público, pois existem alguns apoiadores heteronormativos que seriam muito importantes para mim. No entanto, eu acredito que não manifestam o seu apoio a minha candidatura publicamente por eu ser mulher e LGBTI+. Mas nas abordagem é muito tranquilo, estão pautando mais a mudança.
Quais as principais pautas que você defende na sua carreira política?
Dou prioridade política aos desiguais, à diversidade sexual e de gênero, às pessoas negras, mulheres periféricas negras, trabalho e renda. Políticas emergenciais para que a assistência social funcione com velocidade, e tirar essa política assistencialista dos vereadores. Além disso, escutar as pessoas e lutar pela cidade. Não quero apenas representar uma identidade, mas ouvir as pessoas, lutar pela cidade como sujeito integral.
Odecilda Moreira dos Santos
Odecilda Moreira dos Santos é uma agricultora de 62 anos, desde que nasceu mora na Fazenda Capim Branco, zona rural da Caatinga poçoense. Nas eleições municipais de 2020, Odecilda é candidata a vereadora pelo Partido dos Trabalhadores (PT), que é filiada desde 1984.
Como você começou sua carreira na política? E por que decidiu se candidatar a um cargo na Câmara de Vereadores da cidade?
Comecei dentro do Sindicatos dos Trabalhadores Rurais, onde participei de vários movimentos sociais, e me identificava muito com as lutas. Já participei da Fetag (Federações de Trabalhadores na Agricultura), da CPT (Comissão Pastoral da Terra) e do Movimento de Mulheres em Brasília. Nós tínhamos um núcleo de mulheres na época, começamos um núcleo aqui em Poções, mas durou pouco e não foi em frente. Fui uma das primeiras mulheres na cidade a decidir participar do movimento, andar sozinha pela zona rural. Depois, eu me afastei por alguns motivos pessoais. Coloquei meu nome na campanha porque nós precisamos de mulheres que representam a classe das trabalhadoras rurais, os agricultores. Precisamos de políticas para a caatinga, até porque a gente precisa ter na região algum projeto para que os, nós, agricultores, possamos permanecer na terra e ter nosso sustento.
Quais os principais constrangimentos que já enfrentou na política por ser mulher?
Por causa do gênero, eu ainda não encontrei nenhuma dificuldade, até porque, eu acho que as pessoas já estão mais conscientizadas nesse sentido.
Quais as principais dificuldades de fazer uma campanha política na zona rural?
Uma das principais dificuldades é o transporte, porque as casas, as regiões, as moradias ficam distantes. O transporte e recursos humanos. A situação econômica é muito difícil e, para uma mulher enfrentar a política hoje sem dinheiro, é muito complicado. Ninguém quer trabalhar hoje sem ganhar dinheiro.
Como o público feminino tem recebido a sua candidatura?
Muitas mulheres ainda não acreditam em si próprias, ainda acham que as mulheres não são capazes de fazer as coisas que os homens fazem. Muitas mulheres ainda têm o preconceito e o machismo como uma barreira.
Quais são as principais pautas de luta nesta campanha política?
Sempre defendi uma assistência técnica para os agricultores e agricultoras, como projetos de água no período de seca para irrigar as lavouras, pois, essa é umas das maiores dificuldades dos produtores rurais da caatinga. Precisamos também traçar ideias para cultivar lavouras mais resistentes na região, onde os agricultores possam buscar seu sustento e melhorar a condição de vida dentro da própria terra. Nós, agricultores, precisamos de projetos, de cooperativas que garantam o preço da produção. O agricultor está desanimando e buscando outras profissões e deixando a profissão de agricultor de lado. Precisamos de incentivos, de projetos de como plantar, colher, de sustentação dos preços dos produtos. Os poucos programas do governo não dão assistência para os agricultores.
Ângela Santos
Ângela Santos, 52 anos, é mestre em Serviço Social pela PUC/SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), graduada em Serviço Social pela Unisa (Universidade de Santo Amaro). Ela é Servidora pública federal, assistente social do INSS. Nasceu e viveu a primeira infância na Lagoa do Mocó, zona rural de Planalto, na Bahia, e na adolescência viveu entre a roça e a cidade de Poções até mudar, com os pais, para São Paulo. Ela é candidata à Prefeitura de Poções pelo PSOL (Partido Socialista e Liberdade).
Quando você começou a sua atuação política? E por que decidiu se candidatar a um cargo no executivo da cidade?
Aos 16 anos, eu já trabalhava em uma metalúrgica, e ali iniciei minha militância política e cheguei a disputar a chapa de oposição do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo em 1993. Nesse meio tempo, estudando e trabalhando, busquei formas de retornar para minha terra. Sem sucesso de ficar aqui. Acabava minha economias, não conseguia emprego, e então voltava para São Paulo. Ficava então almejando os concursos, até que consegui passar e permanecer na minha terra.
A política, para mim e para o PSOL, é uma contribuição social e não uma carreira e/ou profissão. Eu aceitei a tarefa que as companheiras me confiaram de ser a candidata a prefeita, juntamente com Maria Dilda moradora da comunidade remanescente quilombola. Representamos um projeto político democrático e popular, na defesa dos direitos da classe trabalhadora, antimachista, anti-homofóbico e antirracista.
Durante a campanha eleitoral, quais os principais constrangimentos que têm enfrentado por causa do gênero?
O tempo todo tenho que olhar no olho da pessoa que vou negociar e dizer que eu sou a candidata, eu estou candidata. E quando estou acompanhada de algum companheiro do partido, o companheiro tem que falar: “Ela é a candidata, você tem que falar com ela”. Os órgãos onde a gente conversa, os lugares onde a gente vai, há pessoas que não reconhecem a mulher enquanto sujeito ativo da política. Outro constrangimento, que é consequência da política miúda dessa política que passa de pai para filho, dessa reeleição permanente entre partidos, é que você se apresenta enquanto nova e já ouve, “você está do lado de quem?”. Isso dificulta a nossa construção. A gente tem que debater e explicar que outras pessoas também podem ser candidatas, que uma mulher também poder ser candidata. Outra questão, que por ser candidata mulher, sempre me deparo com assuntos que são debatidos, principalmente, no caso de nosso partido, que tem algumas questões sempre em debates, como a saúde, a autonomia e emancipação das mulheres, sempre vem uma pergunta capciosa, não fazem para os homens, mas para as mulheres fazem. Uma dessas questões é o aborto, sempre me perguantam, “e o que você pensa do aborto?” nunca perguntam para o homem que ele pensa do aborto. É um debate que a sociedade não quer fazer, acham criminoso pensar nisso, mas quando é uma candidata mulher, já fazem essa indagação. Isso ocorre também em assuntos relacionados à comunidade LGBTQI+. Outras questão que também confundem é achar que, se é uma mulher que está na politica, ela é homossexual. Quer ocupar o lugar de um homem, quer ser homem!
O que é preciso fazer para incentivar uma maior participação feminina na política municipal e federal?
Lembro de um debate que participei e me falaram, “mas lugar da mulher é em todo lugar”. E deveria ser mesmo, mas, para isso, é preciso criar condições, estimular a participação, possibilitar que realmente as mulheres participem, e isso é possível via políticas públicas. Políticas públicas de creches, de escolas, para dar condições às mulheres participarem efetivamente. Enquanto a gente tiver nessa sobrecarga de duplas tarefas, tripla jornada, a nossa participação vai ser limitada, e em dado momento, uma dessas tarefas vai se sobrepor, geralmente, é a tarefa doméstica, do cuidado com o outro. Não basta desejar que as mulheres ocupem todos os espaços, é preciso criar as condições para isso.
Como as mulheres têm recebido a sua candidata à Prefeitura?
Pensando o eleitorado como o todo, eu sempre tive uma militância ativa. Em anos eleitorais é muito comum a gente estar fazendo campanha e alguém falar “me dá 50 conto?”, “paga uma bebida pra mim?”. Eu chamo isso um processo deseducado provocado por essa política do toma lá dá cá. As mulheres não fogem desse processo. Agora tem um outro cunho aí, em relação às mulheres, que é a reprodução social de uma sociedade patriarcal. Elas, muitas vezes, seguem a orientação do homem, que nem sempre é o mantenedor da casa, mas, por conta dessa submissão, acabam seguindo o que dizem.
Algumas mulheres têm se empoderado e criado condições para fazer um debate mais tranquilo em casa, mas, na minha concepção, ainda é uma minoria. Tenho a esperança que, quando a gente conversa com uma mulher em processo de formação crítica, ela está mais aberta. Essa mulher é muito interessante. Se a gente conseguir atingir, ela vem para luta e vem com tudo. Quando você se apresenta enquanto candidata, têm algumas mulheres que, quando falo de representatividade, tem acolhimento, que um espaço de diálogo. Elas se sentem seguras e tranquilas para manifestar o apoio. Isso é bem interessante. No aspecto de reprodução social dessa sociedade patriarcal, é triste, mas é bacana a gente perceber que pode romper ou criar uma interrogação ao pedir voto e apresentar um projeto de governo.
Como é o comportamento do eleitorado masculino em relação a uma candidatura feminina?
Os homens resistem mais às candidaturas femininas e se sentem no direito de fazer muitas piadas. É muito comum ouvir “você é candidata então paga uma pra mim”, que também está ligada a essa política clientelista que é construída em nosso município. Mas também têm muitas indagações pessoais, não sobre o que você faz, mas sobre o que você é. Tem um aspecto de tentativas de levar para outros lados mais pessoais. Chegam pegar pesado.
Quais sãos as suas principais pautas de luta na política?
Nós do PSOL, estamos dando a nossa contribuição política, pautada em um programa de governo coletivamente construído nos princípios da igualdade, da liberdade, da defesa do meio ambiente, no combate a qualquer tipo de discriminação e opressão e na defesa de políticas efetivas, e de realização de concursos públicos. São eixos com princípios definidos de participação popular, de espaços de decisão coletiva, de análise e avaliação do efeito da política na vida das pessoas, considerando todas as diversidades, o meio ambiente e as necessidades básicas que as pessoas precisam para ter uma vida digna. No Plano de Governo, apresentamos todas as políticas, princípios, a garantia e como pode se dar o acesso do cidadão e da cidadã de forma participativa, para uma construção coletiva de uma sociedade mais democrática.
Lucimar Chaves
Lucimar Silva Chaves nasceu em Nova Canaã, mora a 3e anos em Poções e desde 1999 é professora da Escola Arnulfo Ramos Silva. Em 2015, recebeu o título de cidadã poçoense e este ano é candidata a vereadora pelo Partido dos Trabalhadores (PT).
Quais as dificuldades encontradas na construção de uma campanha pautada nas questões de gênero?
Primeiro convencer as mulheres que elas podem estar na política. Em seguida, desconstruir a ideia de que a mulher está na política para compor a chapa, para atingir a quota exigida pela lei. Eu, particularmente, faço parte de um partido que valoriza, incentiva e defende a participação da mulher. Não temos tratamento diferente. No PT, defendemos o mesmo projeto de governo, que foi debatido, construído por nós. Na pauta sobre questões de gênero, ouvimos diversas mulheres que colaboraram na elaboração do nosso plano.
Como engajar as mulheres para conquistar votos?
Dando oportunidade para que elas sejam ouvidas e mostrando na nossa prática que podemos fazer muito estando juntas. Temos muitas mulheres em Poções e no Brasil que podemos nos espelhar. Exemplos de políticas comprometidas com o bem comum e com a causa feminina. Precisamos nos juntar para trazer para a nossa cidade leis e equipamentos (Rede de Atenção, Casa de Acolhimento, serviços dirigidos às mulheres vítimas de violência etc), que tenham o objetivo de cuidar da mulher, e principalmente dar condições para as mulheres fazerem o que elas quiserem, inclusive se candidatarem a cargos públicos.
O que você acha que falta para que a Câmara de Pções tenha mais representantes do sexo feminino?
Faltam mais candidatas com propostas firmes e coerentes com a causa. É preciso que nós mulheres tenhamos formação política, que participemos de grupos e movimentos sociais para discutir projetos e sonhos.