Assembleia de professores da Adusb aprova indicativo de greve

A decisão é uma resposta à insatisfação dos docentes com as falhas do atual governo, que desde 2015 não repõe a inflação nos salários dos servidores públicos 11 de junho de 2024 Vitor Barboza

Nesta última segunda-feira (10/06), professores participantes da assembleia da Associação dos Docentes da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Adusb), na sede da entidade, localizada no campus da universidade, em Itapetinga, aprovaram por unanimidade o indicativo de greve. A decisão é uma resposta à insatisfação da categoria com as falhas do atual governo, que desde 2015 não repõe a inflação nos salários dos servidores públicos do estado.

Durante a assembleia, houve uma análise de conjuntura e discursos de docentes em apoio à aprovação do indicativo. A presidente da Adusb, Iracema Lima, fez um histórico das reuniões realizadas entre o Fórum das Associações Docentes das Universidades Estaduais, que reúne Adusb, Adufs, Adusc e Aduneb, e o governo estadual, as quais não obtiveram avanços significativos, já que os docentes acumulam perdas salariais de acumuladas de nove anos. “As retiradas de direitos da categoria docente são similares em todo o Brasil (as universidades federais estão em greve há três meses), pois é um modelo de estado e isso tem exigido mais organização e união das categorias”, explicou. “Ou esta categoria se levanta e faz a luta ou a gente vai continuar caminhando para a retirada de direitos.” 

O reajuste aprovado pela Assembleia Legislativa no dia 28 de maio deste ano desrespeitou a data-base estabelecida pelo Estatuto do Servidor Público, que é em janeiro, e também não recompõe a inflação do ano passado. “Pensar o indicativo de greve é também pensar em ações para a construção de uma greve”, esclareceu Iracema. 

A principal reivindicação dos professores é a criação de um plano para recuperar as perdas salariais acumuladas entre 2015 e 2023. Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), a partir do IPCA, elas justificam um reajuste entre 42,46% e 42,02% a depender da classe. Isso significa recompor gradualmente as perdas de quase 40%, em vez de um reajuste imediato. 

A proposta de incluir o indicativo de greve como ponto de pauta foi feita pelo Fórum das Associações Docentes das Universidades Estaduais da Bahia. Com a aprovação do indicativo pela Adusb, três das quatro associações aceitaram a proposta.

No mesmo dia da aprovação do indicativo na Adusb, foi aprovado na Aduneb. Já na Adufs, o indicativo foi aprovado no dia 4 de junho e na Adusc em 6 de junho.

Reunião Ampliada do Fórum das AD’s e no Cortejo de 2 de julho

A assembleia da Adusb também aprovou a participação da seção sindical na Reunião Ampliada do Fórum das AD’s, que acontece no dia 1º de julho, em Salvador. Houve ainda definição da participação no tradicional Cortejo de 2 de julho, que também acontece na capital da Bahia.

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