Justiça proíbe revista Piauí de publicar reportagem com novas acusações contra o humorista Marcius Melhem

A revista foi responsável pela primeira matéria sobre as acusações de assédio contra o ex-diretor da Rede Globo 27 de agosto de 2021 Carlos Patez

A revista Piauí foi proibida judicialmente de publicar uma nova reportagem com novas informações sobre as acusações de assédio contra Marcius Melhem. Essa informação foi divulgada nesta última quarta-feira (25/08) pelo veículo.

De acordo com o jornalista João Batista Jr.,em publicação no perfil da revista, a determinação, feita pela juíza Tula Corrêa de Melo, da 20ª Vara Criminal da Justiça do Rio de Janeiro, ocorreu após uma tentativa de entrevistar o humorista. Isabela Abdala, assessora de imprensa de Melhem, teria aceitado a entrevista, mas pedido por um prazo maior para responder às perguntas enviadas por escrito. Nesse meio tempo, os advogados de Melhem teriam recorrido judicialmente para impedir a publicação da reportagem, pedido acatado por Côrrea de Melo no dia 12 de agosto.

Melhem já tinha processado a Piauí em dezembro de 2020, logo após a revista publicar a primeira matéria com acusações contra o humorista, feitas por 12 mulheres vítimas de assédios, entre as quais a também humorista Dani Calabresa. O processo foi negado pelo juiz Eduardo Tobias de Aguiar Moeller, da 2ª Vara Cível do Foro Regional de Pinheiros, em São Paulo. Algumas vítimas levaram os casos para o setor de compliance da Rede Globo, que investigou as acusações durante meses. Em março de 2020, Melhem tirou licença e foi dispensado permanentemente da emissora em agosto do mesmo ano.

De acordo com informações da revista, no dia seguinte a decisão judicial, a assessora Isabela Abdala, enviou um e-mail assinado pelos advogados de Melhem, Técio Lins e Silva e José Luis Oliveira Lima, à Piauí, em que estava escrito que “em respeito ao sigilo decretado nos processos”, o ex-diretor da Globo não poderia “responder aos questionamentos” feitos para a entrevista previamente aceita. Em matéria publicada nesta quarta-feira (25/08), João Batista Jr. noticiou que a publicação proibida “trazia novos desdobramentos”, mas que, por conta da decisão judicial de censura, as informações foram cobertas com uma tarja preta.

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