Palestrantes debatem o legado do poeta Camillo de Jesus Lima

As palestrantes foram as professoras da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), Esmeralda Guimarães e  Fernanda Pessoa Barboza, com mediação de Zoraide Portela 19 de novembro de 2023 Raquel Soreira

Neste sábado (18/11), durante a Feira Literária de Vitória da Conquista (FliConquista), no Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima, aconteceu a mesa literária “Solidão: uma conversa – eu estou é no meio do mundo”, que apresentou o legado  da a vida e obra do poeta Camillo de Jesus Lima. As palestrantes foram as professoras Esmeralda Guimarães e  Fernanda Pessoa Barboza, com mediação de Zoraide Portela.

Esmeralda, que doutora e pesquisadora em Memória, trouxe detalhes sobre a vida do poeta, destacando a influência cultural que recebeu. Fernanda Pessoa complementou a apresentação ao mostrar a relação entre o Camillo leitor e o Camillo escritor, explorando a inspiração que ele encontrava em outros intelectuais da época.

A mesa literária também enfatizou a necessidade de divulgar e explorar o trabalho de Camillo e outros artistas regionais. Também destacou as pesquisas realizadas no âmbito da Uesb, que contribuem para valorizar a cultura regional.

Além da palestra, a FliConquista tem uma exposição das obras de Camillo. Segundo o bisneto do poeta, Pedro Sampaio Pinto, seu construiu um legado cultural, especialmente para as gerações mais jovens. “Eu agradeço a homenagem realizado pelo evento.”

A mesa literária concluiu-se como uma homenagem significativa a Camillo de Jesus Lima, proporcionando uma viagem por sua trajetória cultural e suas obras, contribuindo assim para o enriquecimento das esferas culturais locais e nacionais.

Camillo Jesus Lima

O professor, poeta e escritor Camillo de Jesus Lima (1912-1975) nasceu em Caetité. Exerceu também atividade crítica, jornalística e política, tendo sido um combatente contra a ditadura militar, instalada no Brasil a partir de 1968.  Por influência do pai, o professor Chico Fagundes, um homem erudito (lia Shakespeare no original, segundo Camillo), ele defendia o socialismo.

Além do livro “Poemas”, que lhe rendeu o “Prêmio Raul de Leoni” da Academia Carioca de Letras e o título de “O Maior Poeta Moço do Brasil” no ano de 1942, Camillo escreveu outros livros de poesia, como: “As Trevas da Noite Estão Passando”, “Viola Quebrada”, “Novos Poemas”, “Cantigas da Tarde Nevoenta”, “A Mão Nevada e Fria da Saudade”, “O Livro de Mirian” e “Cancioneiro do Vira Mundo”, além do livro de contos: “A bruxa do Fogão Encerado” mais o romance “Tristes Memórias do Professor Mamede Campos”. Algumas dessas publicações saíram pela editora de “O Combate”, um periódico fundado em 1929 por Laudionor Brasil e que também era uma espécie de sociedade literária da época.

Sobre o prêmio da Academia Carioca, o poeta escreveu que a escolha do seu livro, dentre mais de 60 concorrentes, representou a maior surpresa de sua vida. Porque, sem recurso algum para ir ao Rio de Janeiro receber a premiação, os companheiros e admiradores do poeta fizeram uma lista e custearam a viagem em 1943 em uma sessão especial daquela academia. Anos mais tarde, Camillo se filiaria ao Partido Comunista do Brasil e, pelos jornais para os quais escrevia em Salvador e Vitória da Conquista, dá início a um certo volume de artigos de caráter popular e socialista, para melhor “enfrentar a injustiça social e o embuste”.

Camillo de Jesus Lima (1912-1975)

Fotos: Gabriela Nascimento

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