Abraji e Media Defence criam Centro de Proteção Legal para Jornalistas
O projeto irá arcar com os custos de processos movidos contra jornalistas que não têm apoio jurídico de veículos jornalísticos 20 de dezembro de 2020 Sara DutraA Media Defence, organização internacional de direitos humanos com sede em Londres, irá apoiar financeiramente a Associação Brasileira de Jornalismo (Abraji) na criação do Centro de Proteção Legal para Jornalistas. O objetivo é arcar com os custos de processos movidos contra profissionais da comunicação.
O projeto apoiará jornalistas e comunicadores freelancers que não têm apoio jurídico de veículos jornalísticos e profissionais que queiram processar autoridades públicas ou possíveis, em casos de litigância estratégica.
Os casos serão pré-selecionados e avaliados pela equipe da Abraji, com a autorização da diretoria. Se o caso cumprir todos os requisitos, a Abraji buscará um profissional e acompanhará o jornalista até a sentença final. Se for necessário, a associação produzirá reportagens para publicizar o andamento do processo.
“Queremos que o jornalista se sinta amparado e que tenha o direito de buscar reparação na Justiça quando se sentir atacado injustamente. O mesmo se aplica caso ele esteja sendo acusado e queira se defender, mas não tenha condições para isso”, disse o presidente da Abraji, Marcelo Träsel.
A Abraji monitora casos de violência contra os profissionais da comunicação desde os protestos de junho de 2013, durante o governo de Dilma Rousseff. Mas nos últimos dois anos, os números aumentaram. Até novembro de 2020, foram registrados 275 casos, o dobro do ano anterior. Além disso, 36% dos ataques foram promovidos por autoridades públicas.
O convênio entre Abraji e Média Defence começa em fevereiro de 2021 e termina em janeiro de 2022, procurando proteger os jornalistas de ataques intimidatórios, principalmente por parte de autoridades públicas.
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