Suely Gonçalves é a guardiã da limpeza e da organização na Uesb

Há cinco anos ela, junto com outras colegas, tornam o ambiente universitário mais agradável para a convivência do cotidiano 2 de junho de 2022 Mariana Costa, Leonel Brito e Wender Luan

Suely de Oliveira Gonçalves, 44 anos, mãe de três filhos, é uma das profissionais terceirizadas que exerce a função de deixar tudo limpo antes de cada aula, antes de cada reunião, antes de cada trabalho a ser realizado no prédio Amélia Barreto, onde ficam os laboratórios da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, no campus de Vitória da Conquista. Há cinco anos ela, junto com outras colegas, tornam o ambiente mais agradável para a convivência do cotidiano. “Eu amo o que faço”, declara.

Antes de trabalhar com a limpeza dos laboratórios da Uesb, Suely atuou por cinco anos com a manipulação de alimentos em creches e hospitais da cidade.“Eu nunca tinha trabalhado na parte da limpeza, mas eu gostei. Eu tenho uma boa relação com os estudantes e professores, e isso faz toda a diferença. Sou respeitada como uma profissional. Ninguém me vê como inferior porque trabalho na limpeza.”

Como a maioria dos seus colegas e da classe trabalhadora no Brasil, a rotina de Suely não é fácil. Ela acorda todos os dias às 4h30 para pegar um ônibus ou uma van, que percorre mais de 13 km até chegar ao trabalho, por volta das 7h. A limpeza começa pelas salas e laboratórios do primeiro andar do módulo Amélia Barreto. Essa tarefa é realizada até as 11 horas. Em seguida, ela dá uma pausa para o almoço, que traz de casa em uma marmita. Quem a acompanha nesse horário, é seu filho, que estuda na Escola Municipal Bem Querer, que fica dentro do campus da universidade. Já na parte da tarde, a limpeza segue para os demais espaços do prédio.  

Como a maioria dos seus colegas e da classe trabalhadora no Brasil, a rotina de Suely não é fácil. Foto: Mariana Costa

Apesar do respeito que conquistou de estudantes e professores, ela lamenta o quanto a categoria dos trabalhadores da limpeza é desvalorizada na universidade “Somos importantes porque sem nós não existe aula, a Uesb não funciona. Por isso a gente precisa ser mais valorizada financeiramente, mas também no cuidado com os locais.” Segundo ela, sujar pode acontecer com o uso dos ambientes, porém dá para manter um mínimo de organização.“Se usou e sujou, tudo bem, mas pelo menos deixem organizado as cadeiras no lugar, pois facilita bastante. Eu já peço para as pessoas terem mais cuidado e serem mais organizadas” 

Para o futuro Suely, pretendo seguir em uma outra área de atuação. “Quero continuar na Uesb, mas em outra função, quem sabe como secretária. Já surgiram oportunidades, só que faltou o curso de informática para eu conseguir.”

Com sua personalidade alegre e sorridente, ela contou ainda um sonho que tem acalentado, voltar a estudar, fazer um curso superior na Uesb. “Eu terminei o meu Ensino Médio há 24 anos, e tenho pensado muito em voltar a estudar. Aqui, com todos estudando, eu sinto que também posso fazer o mesmo, que posso aprender coisas novas, seguir para uma outra profissão.”

Foto destacada: Mariana Costa

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