Morte do ator Tarcísio Meira gera dúvidas sobre a eficácia da vacina

O ator e sua esposa foram internados nesta semana por causa do coronavírus. No entanto, o ator faleceu nesta quinta-feira (12/08) após complicações 13 de agosto de 2021 Sara Dutra

Nesta quinta-feira (12/08), o ator Tarcísio Meira, 85 anos, morreu após complicações da covid-19. A sua esposa e atriz, Glória Menezes, 86 anos, também foi infectada pelo vírus, mas está com o quadro clínico estável e com boa recuperação. Ambos já haviam se vacinado com a segunda dose, em março deste ano, o que gerou dúvidas sobre a eficácia das vacinas contra  a covid-19 nas redes sociais.

Mesmo com a morte do ator, os especialistas salientam que nenhuma vacina apresenta 100% de eficácia, no entanto, todas têm um papel fundamental na redução dos riscos de infecção, hospitalização e morte. No caso das vacinas contra a covid-19, a segunda dose é muito importante para completar o processo de imunização.

“Nenhuma vacina é 100% eficaz. Você tem falhas vacinais com todas as vacinas. Tem gripe em vacinado, catapora em vacinado, sarampo em vacinado. O que a vacina faz é atenuar a doença. Você pode ter ela de uma forma mais leve, mas, em raras exceções, a gente tem formas graves mesmo em vacinados, porque a resposta depende de cada indivíduo”, disse o infectologista Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), em entrevista ao iG Saúde.

Os casos de morte por coronavírus, mesmo após a imunização completa, são considerados eventos raros pelos especialistas e não significa que as vacinas não funcionam. “Casos individuais não servem para a gente dizer se uma vacina é boa ou não. Precisamos olhar como essa vacina se comporta em uma população. A vacina reduziu a incidência da doença? Então, ela funciona”, destacou a bióloga e fundadora do Instituto Questão de Ciência, Natalia Pasternak.

Segundo informou o Instituto Butantan no início da vacinação, a taxa de eficácia geral da CoronaVac é de 50,38% e a proteção para casos leves é de 78%. Durante os testes, nenhum participante morreu ou foi internado por covid, o que levou a crer em uma taxa de 100% de eficácia contra casos graves. No entanto, o próprio Butantan esclareceu que essa informação não era estaticamente significativa.

“Em outras palavras, se você tomar a CoronaVac, você reduz pela metade ou em 50% a sua chance de ficar doente comparado com alguém que não se vacinou. Já a sua chance de desenvolver doença grave é reduzida em praticamente cinco vezes comparado com alguém que não se vacinou. Nenhuma vacina oferece proteção de 100%”, explicou Pasternak.

De acordo com o vacinômetro do Ministério da Saúde do Governo Federal desta quinta-feira (12), já foram aplicadas 157.673.092 doses em todo o Brasil, destas, 110.275.650 são com a primeira dose e 47.397.442 são com a segunda dose ou única. Nesta quinta-feira (12/08), o Brasil registrou 975 óbitos por covid-19, em oposição ao dia 08 de abril, em que o Brasil registrou 4.249 mortes por covid em 24 horas, batendo recorde de óbitos pela doença. 

A baixa no número de mortes por coronavírus, mostra a eficácia da vacina contra a doença. Nos Estados Unidos, por exemplo, de acordo com informação  do conselheiro da Casa Branca em julho, Anthony Fauci, mais de 99% das mortes pelo coronavírus atualmente são de não vacinados. Entre os hospitalizados, eles são 97%, relatou também no mês passado a diretora do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) do governo americano, Rochelle Walensky, em publicação da Folha de São Paulo.

“Estou recebendo pessoas jovens e saudáveis no hospital com infecções muito graves por covid. Uma das últimas coisas que eles fazem antes de serem intubados é implorar pela vacina. Eu seguro as mãos deles e digo que sinto muito, mas é tarde demais”, segundo a médica Brytney Cobia, do estado do Alabama (EUA), em uma publicação nas suas redes sociais.

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