Eis o que a ciência sabe – e o que não sabe – sobre os riscos dos vapes

Enquanto os cigarros eletrônicos se espalham, a saúde de milhões depende de entendermos seus impactos reais 22 de janeiro de 2024 Por María Pérez/Agência Pública

Com o aumento do uso dos dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs) em todo o mundo, os pesquisadores estão correndo para entender como isso afeta o corpo humano. Comercializados como um produto que permite inalar nicotina com menor taxa de toxinas prejudiciais que estão presentes na fumaça dos cigarros tradicionais, os cigarros eletrônicos, ou “vapes”, são frequentemente apresentados como menos arriscados do que o tabagismo tradicional e vistos como uma ferramenta para ajudar os fumantes a parar.

Mas será que essas alegações têm base científica? É o que eu queria descobrir quando comecei a pesquisa para essa reportagem.

As apostas são altas. A nicotina está entre as substâncias mais viciantes do planeta. Os cigarros eletrônicos estão sendo promovidos pela mesma indústria do tabaco que, por décadas, escondeu os perigos do tabagismo convencional — estimado agora em mais de 7 milhões de mortes por ano no mundo. Consumidores, profissionais de saúde, agências reguladoras e eleitores precisam de informações precisas sobre os verdadeiros riscos dos cigarros eletrônicos para tomar decisões bem informadas.

Algumas respostas são simples e inequívocas. Especialistas concordam que pessoas que não fumam não devem começar a usar cigarros eletrônicos. Eles também concordam que fumantes se sairiam melhor se parassem de fumar do que mudando para os cigarros eletrônicos.

Mas há pouca certeza sobre outras perguntas importantes sobre os cigarros eletrônicos — incluindo os impactos na saúde a longo prazo e quão eficazes eles são em ajudar a parar de fumar cigarros convencionais.

POR QUE ISSO IMPORTA?

Os cigarros eletrônicos ou “vapes” têm sido vendidos livremente no Brasil, embora sejam proibidos desde 2009. Particularmente populares entre os jovens, eles podem ser comprados até mesmo de ambulantes

Hoje, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária está reavaliando a proibição e um projeto de lei no Congresso Brasileiro que podem permitir seu uso. Há intensa mobilização das empresas de tabaco pela liberação

Os cientistas ainda não têm muitas conclusões definitivas, em parte porque os cigarros eletrônicos são relativamente novos, além de serem feitos com ingredientes e materiais diferentes. Assim, doenças que podem estar associadas ao seu uso podem levar décadas para se desenvolver.

Não é surpresa que você possa estar confuso. Então, como o The Examination decidiu tentar responder a essas perguntas sobre o vaping?

Decidimos ler tudo e ver exatamente o que os estudos científicos dizem sobre essas perguntas.

Reportagem republicada da Agência Pública de Jornalismo Investigativo em parceria com o site Avoador

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