O movimento Juventude Revolução vai realizar, nesta quarta-feira (16/04), uma plenária para discutir os problemas do Restaurante Universitário (RU) da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), nos três campi, Vitória da Conquista, Jequié e Itapetinga. A atividade, entre os estudantes, acontecerá, em Conquista, às 11h, no almoço, e às 17h, na janta. 

A mobilização tem como objetivo conscientizar os estudantes sobre as melhorias necessárias no RU ou como medidas de permanência estudantil. “Um R.U. de qualidade, com preços acessíveis e com maior celeridade é um direito nosso”, disse o representante Igor Silva do Movimento Juventude Revolução.

As reclamações dos estudantes da Uesb são direcionadas principalmente à administração da empresa 2G2M, que exerce no RU desde de 2023. O estudante de Zootecnia, do campus de Itapetinga, Erick David Silva Franca, disse que a perda de qualidade dos alimentos ocorreu devido a demora na reposição da comida. “Fora as filas que ficamos no sol, esperando um bom tempo, por conta da falta de agilidade no processo”, disse.

Uma estudante do curso de Direito da Uesb que não quis ser identificada declarou que o  maior problema no R.U. é o valor da comida, principalmente para quem não é habilitado ao Programa de Permanência Estudantil (Prae), que garante até duas refeições diárias no valor de R$2,00 cada. Segundo ela, o que era para ser uma política de permanência se torna uma política de evasão. 

Os alunos que não possuem habilitação no Prae podem se cadastrar na Ação de Apoio Alimentar que garante 50% de desconto nas refeições e em até seis itens do café ou da janta. Para quem não é beneficiado por nenhuma das duas assistências, o restaurante oferece as refeições de café da manhã, almoço e janta nos valores de R$18,00, R$24,00 e R$22,00, respectivamente.

Em relação à gestão da 2G2M, o militante Igor Silva informou que a resolução dos problemas no RU não cabe apenas à empresa. “As filas intermináveis, a escassez de comida fazendo com que muitos estudantes tivessem que ficar sem almoço ou jantar, porque a comida acabava enquanto ainda havia pessoas na fila. Tudo isso são problemas recorrentes que são de responsabilidade inicial da Proapa e da Reitoria da universidade.” 

Uma das principais reivindicações dos alunos da Uesb é um melhor aproveitamento do espaço do restaurante. Igor Silva expressou revolta por saber que foram destinados R$5 milhões para obras na reitoria. Segundo ele, esse dinheiro poderia estar sendo usado para melhorar o espaço do próprio R.U.

A Pró-Reitoria de Ações Afirmativas, Permanência e Assistência Estudantil (Proapa) é o órgão responsável por oferecer serviços essenciais que auxiliam a jornada acadêmica dos alunos da Uesb e tem poder de voz nas decisões institucionais relacionadas ao Restaurante Universitário. A Equipe do Avoador entrou em contato com o setor para saber quais as ações a respeito do RU. Mas, até a publicação desta matéria, não houve resposta.

Na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), o Restaurante Universitário foi inaugurado em 2005, após alunos da instituição se movimentarem e protestarem pela abertura do serviço. Desde então, a universidade atua na política de permanência estudantil por meio da prestação de serviços alimentares. 

O site Avoador já realizou outras reportagens com denúncias sobre o RU. Confira aqui e aqui.

📸: Ascom/Uesb