Poeta cubano Jésus Barquet realiza a conferência de abertura no Desfazendo Gênero

Na programação, entre os dias 10 e 14 de novembro, estão simpósios temáticos, atividades culturais, oficinas, lançamentos de livros e exposições fotográficas 10 de novembro de 2023 Jenifer Vital e Kassia Rafaella

Nesta última sexta-feira (10/11), no Teatro Glauber Rocha, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), em Vitória da Conquista, a partir das 19h30, aconteceu a abertura do VI Seminário Internacional Desfazendo Gênero. A plateia era formada por participantes de diferentes estados e teve como conferencista o poeta cubano,  Jésus José Barquet, com o tema “Textualidade e Sexualidade” nas primeiras duas coletâneas de poesia cubana LGBTQ+ – “Todo Parecía” e “Las Piedras Clamarán”.

O evento começou com a formação da mesa oficialmente com os representantes da instituição e da organização. O primeiro a compor a mesa foi o coordenador do evento, o professor Marcus Lima; em seguida, foi a vez da pró-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários (Proex), Gleide Magali Lemos Pinheiro; depois a pró-reitora de Ações Afirmativas, Permanência e Assistência Estudantil (Propa), Adriana Amorim; o representante do Centro Acadêmico de Comunicação (CA), Iuri Brito; o diretor de Comunicação da Associação dos Docentes da Uesb (Adusb), Sérgio Barroso. 

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No seu discurso, o coordenador do evento, Marcus Lima, ressaltou que o Desfazendo de 2023 só aconteceu por conta do apoio da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), por intermédio do PAEP (Programa de Apoio a Eventos no País). “Também contamos com o apoio Ministério Público Federal de Vitória da Conquista, o Conselho Estadual de enfermagem e também a empresa Tribalismo. Foram eles que possibilitaram que o seminário fosse realizado.”

Já pró-reitora da Proapa, Adriana Amorim, que se declarou uma “lésbica tardia”, destacou  o quanto a Uesb stem promovido a inclusão. “Desde 2008, são três vagas adicionais para cada curso,  que são direcionadas a quilombolas, indígenas e pessoas com deficiência. Em 20 de setembro deste ano, o Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) renovou, por mais 15 anos, essas políticas de ações afirmativas da universidade e incluiu uma nova vaga adicional, em cada curso de graduação nos três campi, para travestis e trans. Ela ainda mencionou o quanto as pessoas da comunidade LGBTQIAPN+ convergem para os cursos de arte e tem ensinado a universidade a vivenciar a diversidade.”Nós vamos construir um novo currículo, novos paradigmas de comportamento, de uso de espaço, de arquitetura, de uso de linguagem com esses corpos aqui. Não faria sentido uma universidade cis construir uma universidade para receber uma população trans. Essa população trans tem que entrar,  e ela, infelizmente, vai sofrer a marca do período histórico, mas ela vai produzir uma mudança significativa e duradoura.” 

A pró-reitora de Extensão e Ações Comunitárias (Proex), Gleide Pinheiro, aproveitou a ocasião para enfatizar a participação da comunidade acadêmica nos projetos de extensão. “O VI Seminário Internacional Desfazendo Gênero traz para a gente a possibilidade de compartilhar conhecimentos que são produzidos por estudantes, professores e técnicos da nossa instituição sobre gênero e sexualidade. A importância de reforçar as relações interpessoais, de combater a violência entre as pessoas e divulgar a nossa universidade para o mundo.”

Como representante do Centro Acadêmico de Comunicação, Iuri Brito, trouxe a questão da representatividade da comunidade LGBTQIAPN+. “Os seminários como os que estão sendo apresentados no “Desfazendo o Gênero” são uma forma de abrir espaços para dar voz a essas pessoas que há muito tempo são marginalizadas, abandonadas e invisibilizadas pelo poder público.”

Para encerrar, o diretor de Comunicação da Adusb, Sérgio Barroso, disse que o combate às opressões exige várias frentes de enfrentamento, sendo o evento uma delas.“Nós consideramos a realização desses eventos importantes para o enfrentamento a todas as formas de opressão, entendemos que esse tipo de atividade na universidade ele colabora ele contribui com essa luta.”

Conferência

A  segunda parte do evento  foi a conferência com o poeta cubando Jésus José Barquet, que está radicalizado nos Estados Unidos há 40 anos. Ele tratou do tema “Textualidade e Sexualidade”, em duas coletâneas de poesia cubana LGBTQ+ – “Todo Parecía” e “Las Piedras Clamarán”, explorando a temática LGBTQIAPN+, a partir de suas experiências e os critérios metodológicos. Apresentou também um breve histórico das poesias cubanas e recitou alguns trechos das publicações.

O mediador foi o professor da Universidade de Uberlândia (UFU), Fábio Camargo, que resgatou o pioneirismo e a persistência do movimento gay de décadas atrás no âmbito das pesquisas acadêmicas, o valor da promoção de eventos que discutem o desfazer dos gêneros e incentivou  as novas gerações a seguirem no caminho da produção de pesquisas voltadas ao conhecimento humano. “A potência desse evento é justamente que ele congregue todas as pessoas de todas as identidades discutindo sobre sexualidade, sobre questões ligadas às suas pesquisas que tem a ver com identidades, com desejos, e com a necessidade de saber ser quem se é e ter a possibilidade e a liberdade de ser o que se é”

A sexta edição do Seminário Internacional Desfazendo Gênero trouxe uma programação com cinco dias de atividades, com apresentação de trabalhos, atividades culturais, oficinas, lançamentos de livros e exposições fotográficas. 

Foto: Gabriela Nascimento

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