Atos contra e a favor ao presidente Bolsonaro marcam o feriado da Independência em Conquista

As manifestações dos dois grupos aconteceram pela manhã, de forma pacífica, a uma distância de 1,4 km 7 de setembro de 2021 Gabriela Souza

Nesta terça-feira, 7 de setembro, em Vitória da Conquista, Dia da Independência do Brasil, dois grupos distintos marcaram a data. De um lado, na Praça Vitor Brito, no Centro, estiveram reunidos os apoiadores do presidente da República, Jair Bolsonaro, que também realizaram uma carreata. Em outra parte da cidade, na Praça Sá Barreto, no bairro Guarani, aconteceu a 27ª edição do tradicional “Grito dos Excluídos”, que reuniu manifestações contrárias ao atual presidente. 

As duas manifestações foram realizadas pela manhã, a partir das 9h30. Entre as duas praças, a distância era de apenas 1,4 km. Na Vitor Brito, onde estavam concentrados os manifestantes pró-Bolsonaro, a maioria, de faixas etárias variadas, de jovens a idosos, vestia verde amarelo, havia pessoas sem máscaras, faixas de apoio a Bolsonaro e contra o Supremo Tribunal Federal.  Um berrante foi tocado para animar o público.

De acordo com o pastor da Igreja Missionária da Nação, Joílson Pereira, as pessoas ali presentes estavam reunidas para orar pelo Brasil. “Hoje, por ser um dia cívico, nós temos certeza que é um dia propício para estarmos orando a Deus pela nação”. Já a manifestante Adriana Gomes disse que não existe mais liberdade para falar o que se pensa. Para ela, os apoiadores de Bolsonaro lutam para garantir o direito de continuarem lendo a Bíblia. “Há um risco de perdermos esse direito”, disse. 

Outra pauta dos manifestantes a favor de Bolsonaro é contra a corrupção. Para isso, levaram faixas e gritavam contra o STF. “Às vezes um pai de família pobre rouba uma galinha para comer e é preso. E, o político rouba milhões e o STF solta. Isso para mim é uma tristeza”, explicou Gomes.   

Além dessa concentração, os apoiadores de Bolsonaro em Conquista realizaram uma carreata pelas principais ruas da cidade, como a Siqueira Campos e Olívia Flores. Em caminhonetes e carros de luxo, como o Audi que custa mais de R$100 mil,  eles fizeram um buzinaço com bandeiras do Brasil. 

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 Na concentração do Grito dos Excluídos, que é um ato tradicional organizado por movimentos sociais há 27 anos, o foco principal foi às críticas ao governo Bolsonaro, com a temática “Vida em primeiro lugar”. Os participantes eram de variadas idades também, mas especialmente jovens, que vestiam preto ou vermelho e carregavam cartazes de “Fora Bolsonaro e Mourão”, não à reforma administrativa da PEC 32, defendiam mais vacinas, emprego e comida na mesa da população brasileira. 

De acordo com o presidente da Associação dos Professores da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Adusb), Alexandre Galvão, uma das entidades que organizou o ato, os trabalhadores e os estudantes estão organizados para defender a democracia, uma melhor condição de vida no país e em defesa do serviço público. “Nós vamos continuar na rua contra esse governo genocida do Bolsonaro”, enfatizou.  

O Grito dos Excluídos foi organizado pelo Fórum Sindical e Popular, que conta com a participação de sindicatos (Adusb, Simmp, Sindicato dos Bancários, Sicotelba), movimentos sociais (Movimento Direito à Terra, Asterras, MST, Bloco do Poder Popular ( PCB e seus coletivos CFCAM – Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro -, UJC  – União da Juventude Comunista -, LGBTComunista e Unidade Classista), Frente Brasil Popular, CSP – Com Lutas, Cut), partidos políticos (PDB, PSOL, PT e PC do B) e população em geral.

Os dois atos, o pró e contra Bolsonaro, aconteceram de forma pacífica em Conquista e, durante a cobertura, a equipe do Avoador não presenciou nenhuma manifestação de violência nas manifestações.

 

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Fotos destaque: Denilson Soares e Letícia Meira

 

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