Circulam nos grupos de WhatsApp da região Sudoeste mensagens que oferece vaga de emprego em um suposto Projeto Am. A proposta, encaminhada por um indivíduo que se identifica como gerente, informa ainda que o trabalho é de meio período, com salário diário de 500 a 1500 reais e remuneração imediata de 50 reais, e traz um link com um formulário a ser preenchido pelo interessado.  Uma leitora do site Avoador que recebeu a mensagem pediu a verificação. Confira o trabalho da Editoria Xereta.

Informação FALSA. O primeiro passo na verificação da mensagem viral foi fazer uma pesquisa no Google para identificar se outras editorias ou agências de checagem já haviam realizado uma investigação a respeito. Encontramos uma verificação da Agência Lupa, que identificou golpe, em mensagens semelhantes relacionadas às empresas Amazon e ao Mercado Livre.  

A editoria Xereta partiu para realizar a sua própria averiguação. Fomos então verificar a existência do Projeto Am, que é citado na mensagem. Mais uma vez, utilizamos o Google, o qual apontou a existência de um organização intitulada AM Projetos, do ramo de arquitetura, que tem um perfil no Facebook apenas, sem um site específico. Enviamos mensagem para a empresa questionando sobre o envio de ofertas de emprego via aplicativos de mensagem, mas, até a publicação desta matéria, não houve resposta. No entanto, ao checar o perfil na rede social, é possível observar que se trata de um serviço de arquitetos em trabalho autônomo, pois não há referência há uma organização em específico.  

Também buscamos identificar o tipo de link existente na mensagem. Para isso, convidamos o professor do curso de Ciências da Computação, Hélio Lopes, para fazer uma análise Segundo ele, o endereço eletrônico está registrado no domínio hauxiang.app em Toronto, no Canadá, e que o  seu objetivo é roubar os dados de quem preencher o formulário. Além disso, o número de telefone utilizado nos disparos no Whatsapp também é canadense. 

Esse tipo de mensagem com link é estratégia conhecida como phishing, um crime cibernético que usa fraude, truque ou engano para manipular as pessoas e obter informações confidenciais. A nomenclatura vem da palavra em inglês para pescaria (fishing), em alusão ao ato de “pescar” as informações pessoais das vítimas. De acordo com o professor Hélio, a melhor forma de se proteger contra  phishing  é ignorar, apagar e bloquear o remetente, evitando, assim, que novos golpes enviados pelo mesmo número possam chegar aos seus aplicativos de mensagens.

Portanto, a mensagem seguida do link para emprego de meio período recebe o selo de FALSO do Xereta. Seu intuito é apenas roubar dados dos interessados.

Por Gabriela Matias e Luana Carvalho